O Grupo de Trabalho da Organização dos Estados Americanos (OEA) para a Crise dos Migrantes e Refugiados da Venezuela na Região publicou hoje (29 DE JULHO DE 2021) um relatório no qual alerta que, se as fronteiras forem reabertas e a crise no país sul-americano se aprofundar, o êxodo Venezuelano pode chegar a 7 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2022, tornando-se a maior do mundo, acima da Síria.
“Os dados que estamos publicando neste relatório são uma atualização sobre a crise dos migrantes e refugiados venezuelanos, que hoje, com mais de 5.6 milhões de migrantes e refugiados é a maior crise de exílio na história da região”, disse David Smolansky, Coordenador do Grupo de Trabalho da OEA para a Crise dos Migrantes e Refugiados da Venezuela na Região.
O relatório indica que o número de migrantes e refugiados venezuelanos supera a população total de países como Costa Rica, Panamá, Noruega ou Irlanda, entre outros países.
O relatório também destaca que existem migrantes e refugiados venezuelanos, conhecidos como “caminhantes”, que percorreram mais de 3.500 quilômetros a pé, muitas vezes descalços. “Caminhar de Cúcuta, na Colômbia, a Lima, Peru, como muitos fizeram, equivale a caminhar de Madrid a Helsinque ou de Nova York a Salt Lake City”, acrescenta o relatório.
O Grupo de Trabalho recolheu mais de 600 testemunhos de migrantes e refugiados venezuelanos que expressam que foram forçados a abandonar o seu país por essencialmente cinco razões:
• Emergência humanitária complexa.
• Violação sistemática dos direitos humanos.
• Insegurança.
• Colapso de serviços básicos.
• Alto custo de vida.
O relatório afirma que, apesar do fato de as fronteiras estarem fechadas devido à pandemia COVID-19, “estima-se que entre 700 e 900 venezuelanos fogem de seu país diariamente por estradas irregulares ao longo das fronteiras”.
Da mesma forma, o relatório destaca que, apesar da recente Conferência Internacional de Solidariedade com os migrantes e refugiados venezuelanos, onde houve importantes doações para responder a esta situação de emergência, “o financiamento desta crise é um décimo do que tem sido contribuído para enfrentar o Crise dos refugiados sírios”. Nesse sentido, ele destaca que, enquanto a ajuda aos refugiados sírios é em média de US$ 5.000 por pessoa, no caso dos refugiados venezuelanos é de US$ 480 per capita.
PUBLICADO POR: OEA
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