Foi dada a largada para a soltura de peixes-bois, edição 2021, a primeira realizada desde o início da pandemia no Amazonas. A ação, que estava programada para abril de 2020, finalmente pode ser confirmada para este ano, acompanhando a vazante do rio, o estado de saúde dos animais e a diminuição do número de casos de Covid-19.

Postada em: INPA

A ação é executada pelo Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia, que tem o patrocínio da Petrobras e é realizada pela Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa). Os animais ficam nos tanques do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). De acordo com a bióloga pesquisadora do Instituto e coordenadora do Projeto, Vera da Silva, este é o momento ideal para fazer a soltura, que vai ser dos dias 20 a 23 de julho.

Uma série de desafios precisaram ser superados para viabilizar a ação. A primeira foi em relação às restrições de circulação de pessoas impostas pelo novo coronavírus. “Nosso plano era liberar 10 peixes-bois no ano passado, mas o fechamento das unidades de conservação não foi possível”, afirma Vera.

A segunda, foi a subida das águas em nível histórico. O lago de adaptação dos peixes-bois, no semicativeiro, foi inundado. “Em caráter de urgência, fomos forçados a retirar todos os animais dessa área e trazê-los novamente para os tanques do Inpa”, continua.

A ação é executada pelo Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia e é realizada pela Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa). Foto Acervo Ampa – Postada em: INPA

“Por estes motivos, precisamos adiar a soltura dos peixes-bois. Agora as condições estão mais favoráveis e por isso começamos a fazer os exames necessários – como coleta de sangue, medição e pesagem – para verificar a saúde dos animais. Todo esse cuidado é para evitar que a gente leve, do cativeiro, doenças para as populações naturais”, explica  pesquisadora.

No cativeiro do Inpa, os animais são periodicamente medidos e pesados para acompanhar o crescimento e a engorda, assim como suas condições físicas e de saúde geral.

Para este ano, está prevista a soltura de um total de 13 animais na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus, distante 223 km da capital Manaus. Cinco deles receberão cintos transmissores para monitoramento da adaptação posterior. Um equipamento de frequência VHF, acoplado na cauda do animal, para avaliar o sucesso de adaptação dos animais às condições do ambiente natural.

“Esperamos poder continuar a devolver esses animais para onde eles pertencem, nos rios da Amazônia”, conclui a pesquisadora.

Entenda o programa

O Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia, criado em 2008, reabilita animais resgatados, em sua maioria filhotes. Eles vão crescendo e mudando de tanque até que estejam aptos para serem transferidos para o semi cativeiro.

O atual local semicativeiro fica localizado em uma fazenda distante 70 km de Manaus. É um lago de água natural do rio, onde peixes-bois ficam por um período de 1 ano, aproximadamente, para se aclimatar às condições naturais. Nesse período há convivência com outros animais aquáticos, como peixes e quelônios, antes da soltura na Reserva Piagaçu-Purus.

PUBLICADO POR:   INPA