O “Seminário Internacional” Os Desafios da Ciência em Novo Pacto Global do Alimento, no âmbito do projeto Biomas Tropicais, promovido pelo Instituto Fórum do Futuro, teve como tema principal a Amazônia.
Organizado e realizado pelo Instituto Fórum do Futuro, o Seminário Biomas Internacional “Os Desafios da Ciência em Novo Pacto Global do Alimento” está dentro da estratégia do projeto Biomas Tropicais que é coordenado pela entidade independente de reflexão Think Thank e é presidida pelo Professor Alysson Paulinelli. Entre as instituições participantes, a Organização Social BioTec-Amazônia, na tarde do dia 15, no Painel 2 – Amazônia, através do seu Diretor-Presidente Professor José Seixas Lourenço, se juntou a algumas das maiores autoridades brasileiras e internacionais em ciências relacionadas à Bioeconomia Tropical.
A abertura do Painel foi moderada por José Oswaldo Siqueira, membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academy of Sciences for the Developing World, na Itália. Também participou do Painel, o professor, engenheiro agrônomo, ex-secretário da Agricultura de Minas Gerais (1971-1974) e ex-ministro da Agricultura (1974-1979), Alysson Paulinelli; o ex-ministro da Fazenda e economista, professor Paulo Haddad; o Chefe-Geral da Embrapa Amazônia Oriental, Adriano Venturieri, e o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e colaborador no curso de Mestrado Acadêmico em Ciências Ambientais da Universidade do Estado do Pará, Alfredo Kingo Oyama Homma.
Durante a abertura, o Presidente do Instituto Fórum do Futuro e ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, ressaltou que as próximas décadas serão, possivelmente, as mais desafiadoras da História, com o número de famintos crescendo e a população caminhando para alcançar a marca de 10 bilhões de pessoas em 2050. Paolinelli acrescentou que o Seminário busca:
“Fortalecer uma rede de Ciência colaborativa revigorada, com institutos de pesquisa e universidade brasileiras e internacionais, além das participações do Banco Mundial, FAO e do Banco da África, para mostrar que é possível mais que dobrar a produção de alimentos no Brasil, até 2050, sem produzir novos desmatamentos. E que a Amazônia pode se transformar no maior celeiro global de produtos naturais sem que seja necessário derrubar uma única árvore”.
Presidente do Instituto Fórum do Futuro e ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli
Projeto Biomas – Por meio do Projeto Biomas Tropicais, o professor Alysson Paulinelli trouxe ao debate o modelo que comanda o mapeamento dos biomas, muito antes da produção agrícola, e que desenvolve soluções tecnológicas adequadas, que podem ser replicadas para ampliar a produção sem desmatamento, emitindo menos gases de efeito estufa e também com inclusão social. A experiência deve desenvolver alternativas para a integração da ciência, energia, natura e alimentos, criando uma sinergia entre essas áreas e dando ênfase a ações sustentáveis.
Nessa discussão também foi apresentada, pelo Professor José Seixas Lourenço, a BioTec-Amazônia, uma associação privada constituída em 2016 e qualificada pelo Governo do Estado do Pará como Organização Social em 2017 para coordenar a execução do Programa Paraense de Incentivo ao Uso Sustentável da Biodiversidade Amazônica (BIOPARÁ). A BioTec-Amazônia atua como um elo entre as demandas empresariais e o conhecimento técnico-científico presente nas instituições de ensino e pesquisa, visando, assim, gerar negócios relacionados à biodiversidade amazônica, agregar valor às cadeias produtivas e promover o desenvolvimento sustentável.
O Diretor-Presidente da BioTec-Amazônia, Professor José Seixas Lourenço, lembrou que o processo da BioTec-Amazônia é mostrar para as empresas que há vida inteligente na Amazônia. Ele defende a ideia que se deve “pegar esses grupos fortes, que geram pesquisas, mas não transformam isso em produtos”. O Diretor-Presidente também ressaltou o papel da BioTec-Amazônia no desenvolvimento regional.
“Um trabalho que a gente desenvolve aqui é chamado de inteligência competitiva que consiste prioritariamente em fazer uma análise de mercado. Completou três anos que nós fizemos uma vitrine tecnológica com projetos com propriedade intelectual agregada e apresentamos às empresas. Ou seja, pesquisas que podem gerar produtos, mas continuam parados nas universidades. O papel, em grande parte, da BioTec-Amazônia existir é transformar pesquisas em mercado. Gerar oportunidades”.
José Seixas Lourenço, Diretor-Presidente da BioTec-Amazônia
Lourenço também destacou, a articulação com a Rede de Laboratórios. “A BioTec – Amazônia também conta com uma Rede de Laboratórios e de Pesquisadores Empreendedores Associados”, lembrou. Entre os já selecionados, a BioTec – Amazônia trabalha em conjunto com o Laboratório de Tecnologia Supercrítica, trabalho que possibilita o isolamento e a extração seletiva de compostos específicos e resulta em produtos altamente concentrados. Instalado no Parque de Ciência e Tecnologia – Guamá e coordenado pelo Professor Raul Carvalho, as pesquisas realizadas resultam em produtos naturais, livres de solventes, concentrados em compostos bioativos, podendo ser usados como produto final ou insumo, com aplicação em alimentos, cosméticos, medicamentos, nutracêuticos e gastronomia. “Isso é para vocês terem uma ideia da riqueza que descobrimos com a nossa biodiversidade”, relevou Seixas Lourenço, durante a apresentação.
Seminário – O “Seminário Internacional Os Desafios da Ciência em Novo Pacto Global do Alimento”, no âmbito do projeto Biomas Tropicais, promovido pelo Instituto Fórum do Futuro, teve como tema principal a Amazônia. A discussão foi concentrada no uso sustentável dos recursos da região como forma de reduzir a miséria e a desigualdade social, sem esquecer de considerar as características dos territórios envolvidos e o status das diferentes áreas em relação ao uso da terra.
Silvia Leão
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