No Brasil, existem populações indígenas que contam com milhares de falantes, como, por exemplo, os Mundurukú (PA), os Makuxi (RR) e os Ticuna (AM). Essa diversidade linguística e cultural é uma riqueza que tem recebido diversos apoios para ser conhecida, documentada e preservada.
Um dos exemplos desse reconhecimento foi proporcionado recentemente por meio da tecnologia. É o caso dos povos falantes de kaingang e nheengatú, que poderão usar seu idioma nativo em alguns aparelhos celulares. Com a inovação, será possível substituir, no teclado, o menu português para o idioma indígena. Dessa forma, culturas passam a ser beneficiadas e terem seu conteúdo difundido mundialmente.
O kaingang é falado pelo povo Kaingang, etnia que habita os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já o nheengatú é falado na bacia do Rio Negro, na Amazônia, sendo uma das línguas mais importantes do país. Em São Gabriel da Cachoeira, Noroeste do Amazonas, ele é considerado idioma oficial e é ensinada nas escolas e institutos federais.
A Fundação Nacional do Índio (Funai), por meio do Museu do Índio, coordena, desde 2009, um esforço nacional de registro e documentação para proteger, reforçar e revitalizar as línguas indígenas existentes no território brasileiro. O Programa de Documentação de Línguas Indígenas (Prodoclin) foi desenvolvido em conjunto com o Instituto Max Planck, da Alemanha, e várias universidades e centros de pesquisa do país, com o apoio da Fundação Banco do Brasil e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O Prodoclin atua em aldeias de Norte a Sul do Brasil com a participação e intervenção direta dos indígenas, possibilitando o registro de aspectos específicos de suas culturas. Todo o material produzido está consolidado em um acervo digital. Os produtos resultantes reúnem registros audiovisuais, acervos tratados e digitalizados, dicionários, gramáticas, materiais de divulgação como vídeos, CDs e DVDs, entre outros trabalhos produzidos durante os projetos. Seus conteúdos são validados e qualificados por mestres e especialistas de cada comunidade para uso em escolas e centros de documentação nas Terras Indígenas. (http://prodoclin.museudoindio.gov.br/)
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