A pesquisa buscou identificar a fauna de carrapatos presente em 34 municípios do estado do Pará. Seus resultados, que associam os minúsculos aracnídeos aos respectivos hospedeiros, podem interessar a médicos veterinários, produtores agropecuários e tutores de animas domésticos, entre outros públicos.

Publicada em: Museu Goeldi

Agência Museu Goeldi – Publicado recentemente, um artigo reúne o maior conjunto de dados sobre a fauna de carrapatos na Amazônia Oriental. Intitulado Richness of hard ticks (Acari: Ixodidae) from Eastern Brazilian Amazonia, state of Pará, Brazilo trabalho oferece informações sobre a infestação de espécies desses aracnídeos em animais vertebrados de vida selvagem, domésticos, de criação agropecuária, assim como em humanos.

Como o título indica, durante a pesquisa, foram analisados carrapatos da família ixodídeos (Acari: Ixodidae), considerados os vetores mais importantes de organismos causadores de doenças em animais selvagens e domésticos.

Segundo um dos coautores do artigo, o pesquisador Thiago Semedo, vinculado ao Programa de Capacitação Institucional do Museu Paraense Emilio Goeldi (PCI/MPEG) e do Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal (INPP/MCTI), a tarefa parte da intenção de conhecer a fauna de carrapatos existente no Brasil.

“De forma geral, esse trabalho é de extrema importância, uma vez que ele é um primeiro passo para identificar quais espécies de carrapatos ocorrem no leste da Amazônia brasileira. Com base nessas informações, nós reconhecemos quais as espécies inofensivas para os seres humanos e quais podem transmitir uma série de doenças, como a febre maculosa”, explica Thiago.

“Conhecer os carrapatos não deixa de ser uma questão de saúde pública e de controle sanitário, na medida em que eles são vetores de diversas doenças, sendo fundamental que se entenda quais são esses carrapatos e quais vertebrados estão associados a eles”, completa.

Pesquisa – O artigo traz informações sobre as espécies coletadas em 34 municípios paraenses entre os anos de 2004 e 2019. No total, foram coletados 3.396 espécimes divididos em 600 larvas, 830 ninfas, 602 machos e 1.364 fêmeas.

Após as análises, os pesquisadores identificaram 05 gêneros e 23 diferentes espécies de carrapatos.

De forma inédita, além dos tipos que infestam animais silvestres e domésticos, foram encontrados também carrapatos que vivem em áreas de vegetação e de cavernas.

Nas análises sobre as relações entre carrapatos e hospedeiros, chamou atenção dos pesquisadores a espécie Amblyomma humerale, que na fase adulta atua como parasitas principalmente de tartarugas terrestres. Já os carrapatos da espécie Amblyomma cajennense foram os mais encontrados em humanos.

Texto: Nicole França  –  Edição: Brenda Taketa

PUBLICADO EM:     MUSEU GOELDI