São seis horas da manhã no Porto Marina do Davi, na zona ribeirinha de Manaus, capital do Amazonas, o médico Ender Morillo e a enfermeira Ester Fernandes aguardam a chegada do barco para mais um dia de atendimento médico e sessões informativas sobre COVID-19 para indígenas e ribeirinhos brasileiros.

Ações de saúde e higiene são realizadas em parceria com autoridades locais e concentram esforços nas comunidades indígenas consideradas urbanas, entre as mais afetadas pelo coronavírus. Foto | OIM

Ao lado dos profissionais da Organização Internacional para Migrações (OIM) estão enfermeiros, técnicos de laboratório e gestores da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa).

A cerca de uma hora de barco, ao longo do rio Negro, indígenas e ribeirinhos brasileiros aguardam ansiosos pelo atendimento médico e preventivo.

Desde outubro passado, quando os atendimentos começaram, essa tem sido a rotina nas comunidades das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Poranga Conquista e Tupé, onde vivem mais de 3 mil pessoas.

Além das áreas ribeirinhas, semanalmente as mesmas equipes visitam áreas indigenas no centro de Manaus, entre elas a comunidade Parque das Tribos, considerada a maior aldeia urbana do Brasil, com cerca de 700 famílias.

Desde o início do projeto, já foram feitas mais de 600 consultas, e, nos últimos meses, testes de COVID-19 oferecidos pela rede de saúde local têm sido realizados para os pacientes que apresentam sintomas. Durante as ações, também podem ser oferecidos testes de sífilis, HIV, controle da pressão arterial e do diabetes e até vacinação feitos pela secretaria de Saúde com apoio da OIM. O objetivo é prevenir a contaminação e garantir que a população mais vulnerável esteja em melhor condição de saúde possível se tiver contato com o vírus, e assim diminuir o número de internações e até óbitos.

Higiene e limpeza para prevenção à COVID

O foco do projeto é facilitar o acesso das populações vulneráveis brasileiras de Roraima e de Manaus aos serviços de saúde locais e ampliar a resolutividade desses serviços, reforçando a resposta à COVID-19. Além dos atendimentos médicos, também são realizadas capacitações para profissionais de saúde que atendem essas populações. Todas as atividades são realizadas em colaboração direta com as autoridades locais, que fornecem os insumos e medicamentos, e lideranças comunitárias, em respeito aos protocolos e culturas locais.

O projeto prevê ainda, em complemento aos atendimentos, uma campanha informativa com orientação para higiene e limpeza e doação de kits de higiene para unidades de saúde e para a população. Nesse período, mais de 200 indígenas brasileiros já participaram de sessões informativas sobre o uso de máscaras e lavagem de mãos e receberam informações sobre a importância de se manter hábitos que evitem a propagação da doença. Também são entregues banners e placas com orientações de prevenção em português e, futuramente, em algumas línguas indígenas.

Foto | OIM

Só em Manaus, 5 mil kits de higiene com diversos itens estão sendo distribuídos desde dezembro. Unidades de saúde também recebem os chamados kits de desinfecção e até fevereiro serão construídas estações de lavagens de mãos em unidades de saúde e comunidades indígenas.

Em Roraima, o projeto também apoia comunidades indígenas e ribeirinhas brasileiras com a distribuição de kits de higiene, material informativo de prevenção à COVID-19 e atendimentos médicos.

Essas atividades são realizadas com apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

OIM – Organização Mundial para as Migrações

PUBLICADO EM:   ONU NAÇÕES UNIDAS