Tabatinga (AM), 08/12/2020 – Nessa segunda-feira (07), 26 profissionais de saúde das Forças Armadas e uma enfermeira do Ministério da Saúde embarcaram para Tabatinga, no Amazonas, para a Missão Alto Solimões.

Essa é 19ª Ação Interministerial entre o Ministério da Defesa (MD) e o Ministério da Saúde (MS) e a 16° missão de atendimento a comunidades indígenas. Além disso, foram transportados 3 toneladas de materiais, entre Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e medicamentos em apoio ao MS.

O grupo da Missão Alto Solimões é formado por nove clínicos gerais, um infectologista, três ginecologistas, duas pediatras, três enfermeiros, seis técnicos em enfermagem e dois veterinários e um auxiliar de veterinária. São de quatro localidades: Canoas, Rio Grande do Sul; Curitiba, Paraná; Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; Salvador, Bahia e do Distrito Federal. Os profissionais se encontraram em Brasília para o briefing com o General Marco Antônio Martin, assistente de coordenação da Missão Alto Solimões.

Ele desejou uma boa missão ao grupo, relatando todo o esforço por trás para tornar possível a Missão. “Nada melhor que servir ao próximo. E, dessa vez, o próximo está distante e precisa de um atendimento médico compatível”, afirmou o General Martin, encorajando o grupo da importância da missão humanitária. Ele enfatizou ainda que esse trabalho é resultado da união da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), das Forças Armadas e das tribos indígenas. “A união de todos vocês faz a força. Vejo aqui uniformes da Marinha, Exército e Aeronáutica. Quanto mais trabalharmos unidos, mais forte fica a defesa do nosso país”, completou.

Os profissionais estarão baseados no 8° Batalhão de Infantaria de Selva (8° BIS), também chamado Comando de Fronteira Solimões, em Tabatinga, no Amazonas.

Está previsto o atendimento a cinco aldeias: Umariaçu I e II, Campo Alegre, Vila Betânia e São Sebastião. As aldeias Umariaçu I e II estão a 5 e 10km do alojamento, respectivamente. As três últimas localizam-se a 95km, 245km e 305 km, respetivamente, da base, e a equipe precisará deslocar-se por helicóptero. A previsão é de que 16860 pessoas sejam beneficiadas com a ação.

Os atendimentos serão realizados nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), estrutura da Sesai nas aldeias para apoio a essas comunidades. Também integra o grupo da Missão Alto Solimões, o assessor técnico da SESAI, Carlos Colares. Para ele, o apoio do Ministério da Defesa tem sido fundamental. “O apoio das Forças Armadas é de extrema importância, pela qualidade dos profissionais de saúde e também pelo apoio logístico, pois sem ele teríamos dificuldade com a logística”, afirmou.

Para a maioria da equipe, é a primeira experiência de trabalho com comunidades indígenas. A Tenente Médica Sheilane Rodrigues, cirurgiã geral intensivista do Hospital Naval de Brasília (HNBRA), é uma dos militares que vai pela primeira vez. Ela encara como um novo desafio. “Sempre tive interesse em conhecer essas terras mais longínquas. Acredito que será uma experiência grandiosa”, afirmou. Entusiasmada com a missão, ela espera ampliar sua percepção acerca da realidade nas comunidades indígenas. “Vou poder engrandecer meu conhecimentos sobre outros povos, culturas e outros tipos de doenças que atingem os indígenas e acrescentar na minha formação como médica”, disse ela.

Logística da Missão
Todas as missões indígenas são planejadas pelo Centro de Coordenação de Logística e Mobilização do Ministério da Defesa (CCLM-MD). Esse setor conta com quatro células: transporte, saúde, financeiro e mobilização. Para viabilizar as missões, são realizados contatos entre as Organizações Militares para apoiar cada fase da operação, desde o recrutamento dos profissionais, alojamento e transportes para os deslocamentos e até o retorno.

Prevenção a covid-19
Para a segurança das comunidades indígenas, todos os profissionais que terão contato direto com elas fizeram o teste de RT-PCR para Covid-19 e ficaram em isolamento social a partir da coleta do exame. Antes do embarque, foi verificada a temperatura, dados vitais e ausência de sintomas gripais de cada um. Foi realizado ainda o teste rápido imunológico para detecção de anticorpos.

As missões de apoio a comunidades indígenas ocorrem no contexto da Operação Covid-19 de enfrentamento aos efeitos do novo coronavírus. A ação evita a necessidade de deslocamento dos indígenas às cidades em busca de assistência médica.

Operação Covid-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate ao novo coronavírus. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia.

As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento.

Por Mariana Alvarenga
Fotos: Igor Soares/MD

Para acessar fotos da Operação COVID-19, visite os Flickrs da Operação. (Link1/Link2/Link3)

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