Às vésperas da Década Internacional das Línguas Indígenas, a Fundação Nacional do Índio (Funai) renovou o projeto “Salvaguarda de línguas e culturas de povos indígenas transfronteiriços na Amazônia” pelos próximos três anos.

Marcos Iperxwa registra oficina realizada com mulheres artesãs no âmbito do projeto Miçangas e tiriricas: técnicas e conhecimentos Krahô, com consultoria antropológica de Ana Gabriela Amorim. Foto: Divulgação

A iniciativa desenvolvida pelo Museu do Índio é proveniente de Acordo de Cooperação Técnica junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e envolve a formação de pesquisadores indígenas para a documentação e línguas e culturas dos povos originários.

Desde o início das atividades, em 2016, o projeto já contemplou 19 povos indígenas em situação de vulnerabilidade sociocultural na região amazônica. Os estudos são desenvolvidos com participação de sábios, estudantes, professores e membros das comunidades envolvidas, bem como com dezenas de especialistas das principais universidades e centros de pesquisa do país.

Até o momento, foram realizadas 48 viagens de campo e 80 oficinas de documentação e capacitação pelo Museu do Índio, envolvendo cerca de 980 pessoas diretamente beneficiadas e a formação continuada de 32 bolsistas indígenas de iniciação científica.

Além da formação de pesquisadores indígenas e da concepção e produção de exposições virtuais, catálogos, publicações e materiais didáticos, o projeto contribuiu para o incremento dos acervos digitais a serem geridos em parcerias com os povos envolvidos, mediante a produção de dossiês e disponibilização do acervo etnográfico do Museu do Índio na plataforma Tainacan.

O Diretor do Museu do Índio, Giovani Souza Filho, antecipa que em breve será lançada a plataforma Japiim, onde serão incluídos os resultados dos 12 projetos de documentação linguística já realizados. “Essa ferramenta vai possibilitar a consulta e construção colaborativa de dicionários multimídia de línguas indígenas. Vai ser possível disponibilizar informações de grande utilidade para pesquisadores e demais interessados na área, contribuindo para a salvaguarda e revitalização de línguas ameaçadas”, confirma Filho. A previsão é de que a plataforma esteja disponível ao público no primeiro semestre de 2021.

Assessoria de Comunicação/Funai

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