A comercialização tem autorização do Ibama e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Neste sábado (5) e domingo (6), o Instituto Mamirauá realiza mais uma edição da Feira do Pirarucu Manejado, onde serão comercializadas mais de 5 toneladas de pirarucu fresco, provenientes do complexo de lagos do Pantaleão, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã, município de Maraã, a 610 km de Manaus.
Mais de 100 peixes estarão disponíveis para moradores da cidade e turistas. A venda acontece nos dois dias no Mirante das Mangueiras, em Tefé (AM), a partir das 6h30 da manhã. Assim como em edições anteriores, o evento vai unir a tradição do pirarucu manejado à agricultura familiar dos produtores das estradas da EMADE, Agrovila e FLONA Tefé. O local recebe também a Feira de Troca de Sementes e Mudas Nativas, que estimula a interação entre produtores.
A 17ª Feira do Pirarucu Manejado comercializará o pescado com preços que variam entre R$ 3,00 o quilo da carcaça, R$ 13,00 o do filé (lombo), R$ 8,00 o da manta inteira (acima de 100 kg), e R$ 9,00 o da ventrecha (Barriga). Peixes inteiros estarão disponíveis para venda apenas no barco que fará o transporte do pescado.
Serão beneficiados nesta edição 110 pescadores vinculados às Colônias de Pescadores dos municípios de Tefé e Alvarães. O pirarucu da feira é resultado da atividade de pescadores membros do Acordo de Pesca do Setor Pantaleão da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã.
Devido à pandemia de coronavírus, novos procedimentos de segurança foram adotados para a realização da feira neste ano, como o uso obrigatório de máscaras, a disponibilização de álcool em gel, o controle do acesso à área das barracas, limitado à 20 pessoas por vez, e a distribuição de senhas para evitar a aglomeração de consumidores.
Pirarucu Só se For Legal
A comercialização do pirarucu da RDS Amanã, em Tefé, tem autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), e a pesca manejada de peixe também tem anuência dos órgãos ambientais e acontece dentro do prazo estabelecido pela legislação.
Os compradores receberão os peixes com toda a documentação legal. A equipe técnica do instituto, que presta assessoria aos manejadores, estará emitindo recibos assinados por um representante do grupo de manejo, acompanhado pelas guias de comercialização e de transporte. Tudo isso será entregue ao consumidor, que poderá transportar o peixe livremente, inclusive para outros estados.
“A feira possibilita que a população tenha acesso ao produto legal, e aproxima quem produz de quem consome, é a melhor estratégia de combate ao comércio clandestino da espécie”, afirma a coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá, Ana Cláudia Torres. O projeto tem o diferencial de trabalhar com a venda direta do manejador ao consumidor, o que permite um preço justo para os dois.
A espécie chegou a sofrer risco de extinção na região na década de 1980, após sobre-exploração.
16ª Edição da Feira de Pirarucu Manejado
Na última edição, o faturamento foi de 31 mil reais e 120 pescadores do Acordo de Pesca Pantaleão foram beneficiados. Na Feira, foram comercializados 120 peixes do total de 154, e 34 peixes foram negociados com compradores locais.
Durante o evento, a comitiva do governador do Amazonas, Wilson Lima, e do secretário nacional de aquicultura e pesca, Jorge Seif Jr, esteve presente acompanhando as atividades da Feira do Pirarucu Manejado.
“Queremos certificar este produto para que ele seja comercializado não só em Tefé, mas no mundo a fora”, disse Jorge Seif Jr sobre a valorização do pescado e como pode ser distribuído em território nacional e também exportado.
Apoio às feiras
O Instituto Mamirauá, organização social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), presta assessoria técnica aos pescadores por meio do seu Programa de Manejo de Pesca.
A realização da feira é uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Tefé, o Departamento de Mudanças Climáticas e Unidades de Conservação da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Amazonas, a Fundação Amazonas Sustentável, Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), SEBRAE e Colônia de Pescadores Z4 de Tefé.
Texto: Augusto Gomes
PUBLICADO EM: INSTITUTO MAMIRAUÁ
Deixe um comentário