Pragas e fungos que não existem no país foram identificados nos pacotes de sementes recebidos nas casas dos brasileiros sem qualquer solicitação.

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Desde agosto – quando publicou o alerta do envio por remetentes desconhecidos e de outros países via Correios, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás analisou 36 amostras.

Do material já estudado, 47% dos pacotes apresentaram risco fitossanitário à agricultura do Brasil.

Foram encontrados quatro tipos de fungos diferentes: sementes de Cuscuta; de Brassica; de Chenopodium e de Amaranthus.

Essas espécies são consideradas quarentenárias, ou seja, são uma ameaça à economia agrícola de um país onde não estão presentes, mesmo existindo em outros lugares do mundo sob controle permanente.

Uma amostra continha a praga Myosoton aquaticum – considerada daninha nos campos de trigo da China. Segundo o Ministério da Agricultura, a espécie apresenta resistência a herbicidas, o que torna seu controle difícil.

Em outras quatro amostras foram identificadas uma espécie chamada Descurainia sophia, considerada planta daninha nos Estados Unidos e Canadá.

O diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Carlos Goulart, comentou o resultado.

“Isso é um resultado esperado. Só reforça a importância de não importar esse material, e se você receber em sua residência, mantenha-se vigilante, entre em contato com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e faça o retorno desse material.”

O pacote não deve ser aberto ou descartado no lixo, para evitar o contato das sementes com o solo e prejuízos para as áreas agrícolas e o meio ambiente.

O Ministério da Agricultura recebeu até o dia 25 de novembro cerca 480 pacotes de todos os estados do país.

Carlos Goulart explica a demora na conclusão das análises.

“Como é uma análise exploratória, nós não sabemos o que estamos buscando, a gente tem que fazer uma análise completa de todos os tipos de organismos que estão presentes. Dessas 480, mais de 300 ainda estão em análise. Pouco mais 100 pacotes foram descartados porque não havia como analisá-los pela baixa qualidade do material.”

A importação de semente ou plantas só pode ser feita se autorizada pelo Ministério da Agricultura, e de países nos quais o Brasil já tenha estabelecido exigências fitossanitárias.

Publicado em sexta-feira, 27 Novembro, 2020 – 18:50 Por Renata Martins – Brasília – Edição: Ana Pimenta – Fonte: RADIOAGÊNCIA NACIONAL