O Projeto Amazoniar, uma iniciativa do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), abre um canal de diálogos entre Brasil e Europa para discutir a Amazônia e dar visibilidade aos impactos sentidos pela floresta. A partir da próxima quinta-feira (12/11), a cada quinze dias, especialistas brasileiros e europeus vão discutir temas como comércio internacional, pesquisas de campo, conservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável.

O primeiro ciclo temático, com duração de três meses, concentra-se nas relações comerciais entre Brasil e o velho continente. As conversas serão transmitidas ao vivo, no canal do IPAM no YouTube, em inglês.

Na estreia da série, a diretora executiva do iCS (Instituto Clima e Sociedade), Ana Toni, e a ativista comercial e florestal da Fern (organização europeia dedicada à proteção das florestas) Perrine Founier exploram o tema: O que o acordo UE-Mercosul significa para florestas e direitos humanos? As duas são acompanhadas pelo diretor executivo do IPAM, André Guimarães, moderador do debate.

“A Amazônia é importante para o Brasil e países amazônicos, mas é também fundamental para o mundo. Seja para combater as mudanças climáticas, seja para irrigar a agricultura que alimenta o mundo, seja para guardar segredos da biodiversidade que nos ajudarão no futuro”, destaca Guimarães. “O mundo precisa conhecer a Amazônia, precisa entender a Amazônia, precisa apoiar a manutenção da integridade da maior massa verde de nosso planeta”, acrescenta.

Preservar e conhecer

Consciente da importância que informações confiáveis têm na tomada de decisão de atores globais, de instituições e Estados, a série busca dar visibilidade a quem estuda e entende a Amazônia. Pretende, ainda, despertar a curiosidade do público e divulgar ferramentas para ampliar o debate e a promoção de novas ideias e soluções para o bioma.

A preservação da floresta é vital para as relações futuras do Brasil, assim como para a manutenção da saúde do planeta. “O que queremos com o Amazoniar é estabelecer um canal de diálogo com a comunidade internacional sobre a Amazônia”, reforça Paulo Moutinho, pesquisador sênior do IPAM. “A primeira fase do projeto estabelece a troca de informações técnicas sobre o papel, negativo ou positivo, do comércio internacional sobre o desenvolvimento sustentável da região”, completa.

Pesquisa divulgada em junho pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostra que entre janeiro e maio deste ano, o desmatamento na Amazônia aumentou 34%, se comparado ao mesmo período de 2019. Isso equivale a uma perda de 2.032 km², apenas nos primeiros meses de 2020. Em outubro deste ano, satélites monitorados pelo Inpe mostraram que as queimadas na região já haviam ultrapassado o total registrado de janeiro a dezembro de 2019.

O cenário de degradação gerou uma onda de preocupação entre diferentes setores da comunidade nacional e internacional. O cuidado com a natureza e a preservação do planeta e do bioma amazônico parece ser, agora, motivo de preocupação de consumidores de todo o mundo, em especial dos europeus.

O Amazoniar, a partir deste mês, busca promover o diálogo e desenvolvimento sustentável da região e do Brasil. Siga o IPAM nas redes sociais para acompanhar os episódios: Twitter | Instagram | Facebook    

PUBLICADO EM:    IPAM AMAZÔNIA