Brasília (DF), 03/11/2020 – Nesta segunda-feira (02), trinta militares profissionais de saúde, das mais diversas especialidades, embarcaram com destino às terras indígenas do Alto Juruá, no Estado do Acre.
A ação interministerial, no contexto da Operação Covid-19, envolve os Ministérios da Defesa e da Saúde e vai apoiar 18 mil índios dos polos bases de Tarauacá, Feijó, Jordão, Marechal Thaumaturgo e Mâncio Lima. As atividades ocorrem no período de 02 a 12 de novembro.
Na aeronave C-105, da Força Aérea Brasileira, foram embarcadas mais de duas toneladas de equipamentos de proteção individual, vacinas, medicamentos e testes para detectar a Covid-19 e a malária.
Essa é mais uma ação para fortalecer o atendimento de saúde na região amazônica brasileira e, principalmente, reforçar a atenção à população indígena no enfrentamento ao novo coronavírus. A missão é realizada com o suporte logístico do Ministério da Defesa, mediante o emprego da Força Aérea, do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil.
Antes do embarque, a fim de motivar as equipes de saúde, o Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, General Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, ressaltou o desafio da missão. Para o General, o esforço conjunto é bastante importante, uma vez que atende uma solicitação de apoio aos indígenas do Supremo Tribunal Federal.
“Contamos com uma equipe de saúde multidisciplinar reforçada e com uma quantidade importante de insumos, portanto, eu acredito que estamos preparados e vamos fazer a diferença quando chegarmos à região do Alto Juruá. No entanto, devido à logística da região, no extremo norte do país, não será uma ação fácil. Todos serão fisicamente muito exigidos”, disse.
Em sua quarta missão em apoio a indígenas, a Capitão-Tenente Fernanda Silva Dalcolmo Cunha, ginecologista do Hospital das Forças Armadas, afirma que a ação será desafiadora. “ Já tenho experiência em operações semelhantes em Roraima e no Amazonas, entretanto, na atividade em Alto Juruá vamos ampliar os atendimentos, levando especialistas de saúde para pequenas cidades da região. Estamos motivados e com muita vontade de começar logo o trabalho”, declarou.
Apesar de embarcar para sua primeira operação, o Primeiro-Tenente Igor Brito Pequeno, radiologista do Hospital das Forças Armadas, compartilha o mesmo sentimento da Capitão-Tenente. “É a primeira missão que eu participo, portanto, a expectativa é grande. No entanto, vou procurar tentar me esforçar ao máximo no apoio às comunidades indígenas, levando um atendimento humanitário com diagnósticos precisos”, pontuou.
A Capitão de Fragata Daniella Silva Nogueira, do Hospital Naval de Brasília atuará no âmbito da coordenação assistencial da missão. A militar sublinha o caráter especial da operação no extremo norte do país, uma vez que naquela região o isolamento das tribos é relativamente mais significativo, quando comparado com regiões indígenas socialmente mais integradas.
“Participei de uma missão no Mato Grosso do Sul, no entanto, a região era muito ocidentalizada. Vimos muitas patologias crônicas, como hipertensão e diabetes, que não são comuns em comunidades indígenas. Por isso, considerando o fato de que as aldeias do Alto Juruá são mais isoladas, essa missão desperta a curiosidade em descobrir qual será nossa real atuação quando iniciarmos os trabalhos”, enfatizou.
Os militares embarcados pernoitaram a noite de segunda-feira (02) na Base Área de Manaus (AM). Hoje, os profissionais de saúde embarcaram na aeronave C-105 da Força Aérea Brasileira para o município de Tarauacá, no Acre, onde serão transportados para a Base de Feijó, por via terrestre. O acesso às comunidades indígenas mais distantes será realizado por meio de dois helicópteros, Black Hawk e Jaguar, do Exército Brasileiro.
Operação Covid-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate ao novo coronavírus. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia.
As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento.
Por Tenente Otavio
Fotos: Soldado Soares/MD e Cabo A. Pardo/FAB
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