Da floresta amazônica ao campo lavrado de Roraima, o Governo Federal realizou 5,4 mil atendimentos de saúde nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) Yanomami e Leste de Roraima, durante a Missão Interministerial de Combate à COVID-19, realizada de 19 a 26 de outubro.
O objetivo foi levar reforço para as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) que atuam diretamente nas aldeias, principalmente em locais de difícil acesso.
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, enviou mais de 25 mil itens de suprimentos médicos para a missão entre medicamentos, testes rápidos e Equipamentos de Proteção Individual. Também enviou a Equipe de Saúde Volante da SESAI, contratada por edital, para reforçar os atendimentos realizados pelas equipes do DSEI Leste de Roraima.
O Ministério da Defesa deu suporte logístico à missão e enviou uma equipe de 25 profissionais de saúde das Forças Armadas para atuar nas aldeias do DSEI Yanomami, no oeste do Estado. As aldeias da região estão em locais de difícil acesso e as aeronaves militares foram essenciais no deslocamento das equipes e transporte dos suprimentos médicos do Ministério da Saúde.
DSEI Leste de Roraima
A operação envolveu 106 profissionais do DSEI e da Equipe de Saúde Volante da SESAI com deslocamento terrestre e aéreo até os Polos Base de Raposa, Pedra Preta, Serra do Sol, Barro e Três Corações nas Terras Indígenas Raposa Serra do Sol e São Marcos. Foram realizados 2,8 mil atendimentos de saúde com triagem, consultas médicas, atualização vacinal, atendimentos odontológicos, exames preventivos e testes para COVID-19, malárias e outras doenças. A Equipe de Saúde Volante da SESAI foi composta por 2 médicos, 4 enfermeiros, 2 técnicos de enfermagem e 2 assessores. Ela reforçou as ações realizadas pelos profissionais do DSEI Leste de Roraima durante a missão. “O trabalho da Equipe Volante da SESAI foi um sucesso, identificou diversas situações que acontecem nas aldeias. Conseguimos atender demandas que estavam reprimidas devido à pandemia causada pelo novo coronavírus”, avaliou o representante da SESAI, Carlos Colares.
O DSEI mobilizou dentistas, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e dezenas de Agentes Indígenas de Saúde (AIS), essenciais como intérpretes e na triagem e mobilização dos pacientes das etnias Macuxi, Ingarikó, Taurepang, Wapixana e Patamona. Os AIS moram nas aldeias e são responsáveis pelo acompanhamento dos pacientes, suporte às equipes de saúde e acionamento do DSEI quando há necessidade de remoção ou deslocamento.
A integração da medicina ocidental com os conhecimentos tradicionais é respeitada por médicos e indígenas em todos os atendimentos. “É uma saúde diferenciada devido às especificidades das comunidades, da região e da população. Conseguimos conciliar bem a medicina ocidental com os conhecimentos tradicionais. Sugiro o tratamento com os medicamentos da nossa farmácia e concilio isso com as ervas e raízes da localidade, uso bastante para tratamento de diabetes e hipertensão”, explicou o médico Wellington Ribeiro que trabalha há um ano e meio no Distrito.
O novo coordenador do DSEI Leste de Roraima, Charles Mendes, providenciou o suporte logístico para a Equipe Volante da SESAI e mobilizou as EMSI e os pacientes para os atendimentos nas aldeias. “Quero agradecer esta ação da SESAI neste momento em que enfrentamos a pandemia. No proporcionou bons resultados junto com a nossa equipe, permaneceremos fazendo esse tipo de trabalho para obtenção de uma saúde mais constante e preventiva a toda comunidade indígena”, afirmou.
DSEI Yanomami
O Ministério da Defesa deu suporte aéreo e enviou 10 médicos clínicos gerais, 2 ginecologistas, 1 pediatra, 1 infectologista, 3 enfermeiros e 6 técnicos de enfermagens para dar apoio à equipe do DSEI que atua na região. Também foram enviados 2 veterinários para controle de zoonoses nas aldeias. Foram realizados 2,6 mil atendimentos com as etnias Yanomami e Yekuana.
Os atendimentos foram realizados nas aldeias Auaris, Arata-u, Parima, Surucucu, Parafuri, Kaianaú, Alto Mucajaí e Baixo Mucajaí. Também houve atendimento aos pacientes da Casa de Saúde Indígena (CASAI) Yanomami, em Boa Vista, onde pacientes estão em tratamentos diversos na cidade.
“Foi uma missão muito gratificante, esse esforço conjunto deverá continuar. Além da clínica médica, tivemos a presença de oficiais veterinários que atenderam os animais dos indígenas e fizeram um trabalho de mapeamento de vetores para verificar se há doenças como a leishmaniose atingindo aquelas comunidades”, explicou o coronel Eduardo Passo, coordenador da Missão Yanomami pelo Ministério da Defesa.
Na avaliação do representante da SESAI na missão Yanomami, Alexandre Nogueira, esse reforço garante que os povos mais distantes tenham acesso à saúde em suas aldeias. “O saldo foi muito positivo, levamos atenção à saúde indígena ao povo que precisa, que está necessitado, distante e isolado na selva. É a mão do Estado Brasileiro chegando às essas comunidades distantes que precisam da nossa ajuda”, finalizou.
Os ministérios da Saúde e da Defesa vêm realizando diversas missões conjuntas, desde maio, para levar saúde às áreas indígenas afetadas pela pandemia da COVID-19. Outras missões estão previstas até dezembro. Em todas as ações são enviados suprimentos médicos e reforço de profissionais de saúde em apoio aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas que são responsáveis pela oferta de atenção básica aos povos indígenas.
PUBLICADO EM: Notícias Sesai — Ministério da Saúde (www.gov.br)