Feijó (AC), 07/11/2020 – Em dois dias de atividades, operação de atendimento médico a indígenas promovida pelos ministérios da Defesa e da Saúde no Alto Juruá (AC) realizou 800 atendimentos nas aldeias de Nova Morada e Formoso. O apoio ocorreu mediante o emprego das Forças Armadas.
Nos próximos dias, os atendimentos prosseguirão nas aldeias de Nova Floresta, São Vicente, Boa Vista, Sete Estrelas, Novo Destino e Barão. Esta é a 16ª missão interministerial de apoio a comunidades indígenas no contexto da Operação Covid -19.
As equipes são compostas por clínicos gerais, ginecologistas, pediatras, dentistas, veterinários, além de enfermeiros e técnicos em enfermagem. São 30 profissionais de Saúde, sendo 14 do Exército, 11 da Força Aérea e cinco da Marinha, oriundos de Organizações Militares de todo o Brasil.
Para o Coordenador administrativo da missão no Alto Juruá, Coronel do Hospital das Forças Armadas Ednaldo Cândido da Silva, os primeiros dias de operação são sempre mais difíceis. “Apesar de ser a 16ª missão e de contarmos com equipe com profissionais que já participaram das anteriores, cada iniciativa possui características próprias e cada região tem realidades muito particulares”, avaliou.
Primeiros Atendimentos
Para driblar a expectativa que antecede o início dos atendimentos, a Coordenadora Assistencial, Capitão de Fragata da Marinha Daniella Silva Nogueira, ressaltou o elevado grau de preparo e infraestrutura da operação, que terá um reflexo importante na assistência à população indígena.
“Desde o médico especialista, passando pelo clínico geral e o técnico em enfermagem, a importância de cada membro é igual. A logística que nos permitiu chegar aqui é o resultado de semanas de preparação e planejamento, por isso nosso trabalho vai além de prover atendimento médico ou fazer diagnóstico. É necessário que cada profissional se esforce ao máximo no cumprimento de seu dever”, discursou a militar para a equipe.
Técnica em enfermagem, a Sargento do Exército Juliana Almeida da Silva é responsável pela triagem dos atendimentos. Ela considera a oportunidade de contato com os indígenas é enriquecedora.
“A experiência tem sido bastante recompensadora, tanto para nós quanto para as comunidades indígenas, uma vez que possibilita uma troca de conhecimento importante. É muito gratificante saber que estamos podendo ajudar de alguma forma. No futuro, quero voltar a integrar a equipe de missões como esta”, disse.
Histórias que emocionam
Muitas vezes, os atendimentos vão além dos procedimentos técnicos. Cada sintoma diagnosticado revela junto com ele histórias humanas que sensibilizam e emocionam. É no diálogo entre médico e paciente que as relações humanas afloram de maneira sensível e singela.
Foi em uma dessas trocas, que a Major Luciana Soares de Albuquerque ficou sensibilizada. A pediatra da Força Aérea atendeu uma família indígena vinda de outra comunidade. Foram três dias de uma longa jornada, sendo que no segundo dia de viagem a esposa, em trabalho de parto, acabou dando à luz.
“A mãe não falava português, apenas a língua nativa, assim como as outras duas crianças pequenas que a acompanhava. Examinei o recém-nascido de 27 horas. Estava bastante saudável, pesando 3,3 quilos e com o resultado de todos os testes normais. Ao final do atendimento, fui surpreendida com a decisão da família em batizar a criança com meu nome. Fiquei bastante emocionada”, declarou.
Tratamento Odontológico
Na linha de frente da operação no Alto Juruá, uma das ações é o atendimento odontológico dos indígenas, muitos deles têm sua primeira consulta. Nesses primeiros dias, entretanto, a saúde bucal dos pacientes surpreendeu a dentista Danielle Neves Serafim Cruz, Segundo-Tenente do Exército.
“Imaginei que seria um tratamento muito de extração e de curativo. Mas constatei um esforço preventivo muito forte, graças ao trabalho de conscientização desenvolvido pela SESAI, Secretaria Especial de Saúde Indígena. Portanto, a maioria dos atendimentos tem sido para restauração. Ao ministrar palestra sobre higiene bucal, por exemplo, me surpreendi com o fato de que muitos deles já estavam familiarizados em relação à importância da manutenção da saúde dos dentes” constatou.
Operação Covid-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate ao novo coronavírus. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia.
As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento.
Por Tenente Otavio
Fotos: Divulgação/ Ministério da Defesa
Para acessar fotos da Operação COVID-19, visite os Flickrs da Operação. (Link1/Link2/Link3)
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