A estratégia do Governo Federal para levar atendimento de saúde aos indígenas, durante a pandemia causada pela COVID-19, no Distrito Sanitário Especial indígena (DSEI) Maranhão realizou mais de 22 mil atendimentos diretamente nas aldeias, entre os meses de setembro e novembro deste ano.

Foto: Ministério da Saúde – Ssai

A Operação de Combate à COVID-19 da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, fez mais de 19 mil atendimentos com o apoio do Ministério da Defesa e mais de 3,3 mil atendimentos com o apoio da Equipe de Saúde Volante da SESAI no Distrito. Objetivo foi levar reforço aos profissionais de saúde do DSEI Maranhão que atuam em área indígena. As três primeiras fases da Operação ocorreram de 14 de setembro a 5 de outubro e, recentemente, a quarta fase aconteceu de 3 a 8 de novembro.

Durante a pandemia, os povos indígenas foram orientados, pela SESAI, à permanecerem em suas comunidades e evitarem o contato com os centros urbanos, o que gerou uma demanda por consultas médicas com especialistas. Nestas missões, a SESAI tem enviado reforço de clínicos gerais, pediatras, ginecologistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem que realizam mutirões de atendimentos em apoio ao DSEI. A mobilização e triagem dos pacientes é realizada pelas Equipes Multidisciplinares Indígenas (EMSI) dos Polos Base do Distrito, formadas principalmente por Agentes Indígenas de Saúde (AIS) que moram nas aldeias, atuam como intérpretes e fazem o acompanhamento de saúde dos pacientes.

Durante a 4ª fase da Operação foram realizados testes rápidos para COVID-19, diabetes, hepatite e outras doenças. Também foram feitas aferições de pressão, atualização vacinal, consulta odontológica, exames preventivos da mulher e acompanhamento da saúde de idosos, crianças e gestantes. Os atendimentos aconteceram em Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI), escolas, centros comunitários e locais organizados pela comunidade para atender a comunidade local e as aldeias vizinhas dos Polos Bases de Barra do Corda, Grajaú e Amarante.

“Esses pacientes teriam que se deslocar para o município e entrar em fila de espera para consulta com especialistas, mas conseguimos realizar aqui mesmo os atendimentos. Tivemos atendimento de enfermagem, testes rápidos para Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), consultas médicas e orientações gerais para toda população. Essa parceria da equipe volante com as equipes dos Polos Base veio realmente para complementar o trabalho, é uma ajuda para todas as equipes”, avalia a coordenadora da Equipe de Saúde Volante da SESAI, Danielle Gomes.

Seu Raimundo Ribeiro Guajajara, de 81 anos, é o cacique fundador da aldeia Jenipapo dos Ribeiros,na Terra Indígena Arariboia, próximo a Bom Jesus das Selvas (MA). Ele conta que fundou a aldeia em 2006 e esta foi a primeira vez que houve um mutirão de saúde no local, pois quando há necessidade a população se desloca à UBSI mais próxima para atendimento. As lideranças indígenas, junto com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Exército Brasileiro e Polícia Militar do Maranhão, organizaram barreiras sanitárias para impedir a entrada de pessoas que não fossem das aldeias e para orientar os moradores quanto à COVID-19. Ele passou seis meses sem sair da aldeia e ao fazer o teste para COVID-19, o resultado deu negativo. “Esta ação foi muito importante, a gente precisava mesmo dessa força de médico e doutor que vieram. Livrou a gente de ter que ir na cidade, para hospital, com tanto coisa ruim que está ocorrendo, para mim foi importante demais”, afirma.

Já Eva Krikati, da aldeia São José, na Terra Indígena Krikati, conta que vinha sentido muitas dores na lombar e aproveitou para se consultar durante o mutirão realizado em sua aldeia. “Nós viemos fazer consulta de coluna, para tratamento da costela. Fui bem atendida, já tem muito tempo que venho sentindo essa dor e tomando remédio caseiro, não serviu, aí tem que passar para o médico ver se tem um remédio para aliviar”.

A Equipe de Saúde Volante da SESAI realizou 62 encaminhamentos para especialistas de saúde de outras áreas durante a ação. Foram feitos 489 testes para IST, todos com resultados negativos, e 460 testes para COVID-19, com 34 casos positivos. “Além de receberam os medicamentos para tratamento dos sintomas, os casos positivos para COVID-19 receberam orientações para isolamento e não precisaram ser removidos, pois os sintomas são leves, mas serão acompanhadas de perto pelos enfermeiros e técnicos de enfermagem da área”, explica o coordenador do DSEI Maranhão, Alberto Goulart.

Esta é a segunda missão realizada pela Equipe de Saúde Volante da SESAI. A primeira missão ocorreu no DSEI Leste de Roraima, no período de 19 a 26 de outubro, e realizou 5,4 mil atendimentos. A próxima missão da equipe é levar reforço ao DSEI Kayapó do Mato Grosso, de 15 a 21 de novembro.

PUBLICADO EM: Notícias Sesai — Ministério da Saúde (www.gov.br)