A Fundação Nacional do Índio (Funai), em parceira com o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Prevfogo/Ibama), vem atuando, junto às comunidades e brigadistas, em ações de manejo integrado do fogo (MIF) e combate a incêndios em Terras Indígenas do Tocantins.

Manejo integrado do fogo na Ilha do Bananal (TO). Foto: Divulgação/Funai

As ações têm suporte da unidade descentralizada da Funai Araguaia Tocantins, localizada em Palmas.

O MIF consiste em ações que relacionam os conhecimentos dos técnicos dos órgãos federais com os conhecimentos tradicionais dos povos originários, por meio dos brigadistas indígenas que integram o programa.

De acordo com o técnico do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial da Coordenação Regional Araguaia Tocantins, Conceição Pereira da Costa, os trabalhos se iniciam a partir do diálogo com as comunidades envolvidas no manejo, levando em conta as especificidades de cada localidade. “Para cada aldeia existe uma abordagem diferente”, comenta Costa.

Em conjunto é decido onde devem ser realizadas as queimas prescritas e também os locais a serem protegidos como áreas sagradas, de roça, matas e mananciais. O manejo é realizado de acordo com os interesses das comunidades e tem como foco a preservação do ambiente em que vivem.

Conforme Costa, a queima prescrita, ou MIF, é realizada logo após o período chuvoso (entre abril e maio no estado do Tocantins), quando as áreas ainda estão úmidas, e vai até o período conhecido como “estresse hídrico”, quando se iniciam os incêndios florestais.

Durante as atividades de queima prescrita, o fogo é colocado em períodos do dia em que as temperaturas estão mais amenas e em áreas que permitem que as chamas sejam extintas naturalmente, antes de adentrar as matas. “Trata-se de um fogo de baixo impacto e baixa intensidade, que não gera danos à natureza e contribui para a redução da vegetação seca, principal fonte de ignição e propagação dos incêndios florestais, criando mosaicos compostos de áreas queimadas, não queimadas e preservadas”, explica.

A participação dos indígenas é fundamental para o sucesso das ações de manejo e combate a incêndios. “Onde há o trabalho de manejo, mesmo que ocorram, os incêndios acabando tomando menores proporções do que nos locais onde o trabalho não foi realizado”, destaca o técnico.

O brigadista indígena Pedro Paulo Xerente, concorda que o uso do fogo, de modo controlado, é a técnica mais acertada para o combate de futuros incêndios. “É uma forma de garantir o ciclo produtivo da natureza e evitar incidentes”, diz Xerente. Segundo ele, apesar de árduo e intenso, o trabalho é gratificante. “A gente trabalha muito à noite, enquanto as pessoas estão dormindo. Elas muitas vezes desconhecem esse trabalho que está sendo feito nas matas, por isso é preciso divulgar”, completa.

Assessoria de Comunicação /  FUNAI Com informações da CR Araguaia Tocantins