Brasília, (DF) 03/10/2020 – Os avisos de desmatamento na Amazônia Legal tiveram redução de 33% em setembro. Esse é o terceiro mês seguido de queda comparado ao mesmo período do ano passado. Em julho a redução foi de 26% e em agosto foi de 21%, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse bom resultado tem a contribuição de uma equipe de especialistas que realiza a integração de dados de 11 órgãos governamentais visando otimizar o trabalho das tropas de campo durante a Operação Verde Brasil 2.

Reunidos no Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão do Ministério da Defesa, os técnicos fazem a fusão e verificação de informações disponíveis nos bancos de dados de agências de proteção ambiental e órgãos policiais. O grupo elabora relatórios que trazem detalhes sobre os crimes ambientais e direcionam o planejamento das ações das Forças Armadas e equipes de fiscalização durante a Verde Brasil.

Nos cinco meses de operação, foram elaborados 25 relatórios, que apontaram as áreas prioritárias para atuação das equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e outros órgãos participantes da operação. “Com os relatórios do Grupo de Integração para Proteção da Amazônia (Gipam), as equipes de campo têm informações sobre locais prioritários de atuação e, assim, conseguem combater o desmatamento ainda no início”, disse o diretor-geral do Censipam, Rafael Pinto Costa.

A metodologia dos analistas sediados no Censipam aplica, por exemplo, o cruzamento de alertas de desmatamento com registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o banco de dados dos estados. Com isso, é possível verificar se as áreas tiveram autorização para realizar o desmate.

Além de servidores do Censipam, a equipe conta com representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Agência Nacional de Mineração (ANM), Fundação Nacional do Índio (Funai), Ibama, ICMBio, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Serviço Florestal Brasileiro (SFB).

Queimadas

Apesar das altas temperaturas na região, os focos de calor no bioma Amazônia ficaram dentro da média histórica, segundo dados do Inpe. “De acordo com os nossos meteorologistas, que são especialistas no clima da Amazônia, este ano o ‘verão amazônico’ tem sido o mais quente desde 2010. Com temperaturas acima da média, os focos de calor se tornam mais frequentes. Os meses de agosto a novembro são críticos e concentram, em média, 80% dos focos de calor na região”, explica o diretor-geral do Censipam.

O Censipam também tem realizado um trabalho especial para apoiar o combate às queimadas. Sediados em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Belém (PA), meteorologistas e especialistas em sensoriamento remoto analisam informações sobre os focos de calor e fazem o cruzamento com dados meteorológicos e imagens de satélites para emitir relatórios diários que apontam os locais de atuação.

Os analistas têm aperfeiçoado a metodologia para indicar áreas prioritárias, de modo a aumentar a eficiência das equipes de campo. Para indicação dos alvos, são levados em consideração a persistência dos focos de calor, o número de dias sem chuva na região e a previsão de chuva para as próximas 24 horas.

Por Willian Cavalcanti
Foto: Censipam

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