Porto Velho, RO/ Santarém, PA ‒ Parte IV
Rio Madeira
O Rio Madeira, afluente da margem direita do Rio Amazonas, banha os estados de Rondônia e do Amazonas e tem um comprimento total aproximado de 1.450 km.
Possui uma extensão navegável de 1.056 km entre a sua Foz no Rio Amazonas (AM) e a Cidade de Porto Velho (RO). Tem uma profundidade mínima de 2 metros, na vazante, principalmente no trecho entre a Cidade de Humaitá (AM) e Porto Velho (RO), e máxima de 20 a 30 metros. É navegável em toda sua extensão durante todo o ano, com atenção especial na estiagem (agosto a outubro) aos bancos de areias e pedrais, principalmente no trecho entre a Cidade de Humaitá (AM) e Porto Velho (RO).
Seu período de enchente máxima vai de março a maio. Nas suas águas vive uma subespécie de “boto endêmica” (Inia boliviensis) da Bacia do Madeira a montante das corredeiras.
Golfinho boliviano: O golfinho boliviano Inia boliviensis compartilha muitas semelhanças anatômicas com a espécie Inia geoffrensis. À diferença do gênero Sotalia, que são os golfinhos que vivem em ambientes marinhos e de águas continentais, as espécies do gênero Inia vivem estritamente em água doce, por isso apresentam algumas adaptações ao ambiente em que vivem.
Manuel Ruiz Garcia, biólogo espanhol pesquisador de golfinhos na América do Sul, explica que algumas das características notáveis do Inia boliviensis são o tamanho médio da população, que é ligeiramente menor que o tamanho médio dos botos-cor-de-rosa que existem no Peru e no Brasil.
Outra diferença é a cor, já que o golfinho boliviano é mais claro, o que para alguns pesquisadores é provavelmente devido à temperatura, transparência da água, atividade física e da localização dos indivíduos.
“É um cinza mais escuro que caracteriza as populações de outras localidades. Estes animais são de menor comprimento, mas certas partes do corpo, como o pescoço ou o peito, são mais grossas”, diz Ruiz García, e continua: “Esses golfinhos bolivianos têm um maior número de dentes e parece que a capacidade craniana é menor do que o encontrado em outras formas de golfinhos de Rio”.
Na Bolívia, este golfinho endêmico do país tem sua distribuição nos Rios da Bacia amazônica, nos departamentos de Cochabamba, Santa Cruz, Beni e Pando. (Fonte: Giovanny Vera)
O Rio Madeira nasce com o nome de Rio Beni na Cordilheira dos Andes, Bolívia e desce em direção ao Norte recebendo as águas do Rio Mamoré pela margem direita formando, a partir desta confluência, o Rio Madeira, que delimita a fronteira entre Brasil e Bolívia até encontrar o Rio Abunã.
A partir daí, o Rio segue em direção ao Nordeste atravessando dezenas de Cachoeiras até chegar a Porto Velho, onde se inicia a Hidrovia do Rio Madeira.
Hidrovia do Rio Madeira: a Hidrovia do Madeira, com seus 1.056 km navegáveis, é de vital importância para o desenvolvimento regional devido a sua posição estratégica. Constitui-se praticamente como a única via de transporte para a população que vive nas cidades às suas margens, excluindo-se apenas a Cidade de Humaitá, AM.
A Hidrovia do Madeira inicia-se em Porto Velho, no Estado de Rondônia e vai até a sua Foz, na confluência com Rio Amazonas, no Estado de mesmo nome, do qual recebe classificação “A”.
Nesse trecho, são movimentados diversos tipos de cargas, as principais são: Soja, fertilizantes, derivados de petróleo, cimento, frutas, eletroeletrônicos, veículos, produtos frigorificados, seixo, bebidas, carga geral, etc. O período de águas altas está compreendido entre os meses de março a maio e o de águas baixas nos meses de agosto e outubro. (Fonte: www.ahimoc.com.br)
A sua Foz, no Amazonas, forma um grande delta onde se encontra a enorme Ilha Tupinambarana, uma região de alagados. Na estação chuvosa (dezembro a maio), ao mesmo tempo em que o Rio aumenta de volume com as águas das chuvas, ele é invadido pelas águas do Amazonas e sobe cerca de 17 metros, alagando Cachoeiras, invadindo áreas de várzea e praias. Seu nome de batismo tem origem na grande quantidade de troncos e restos de madeira das árvores que flutuam na sua superfície neste período.
Na estação seca, as águas do Rio, que fluem em direção ao Amazonas, formam praias belas ao longo de suas margens e neste período avistam-se grande quantidade de pedras que ajudam a formar corredeiras.
Por Hiram Reis e Silva (*), Bagé, 02.09.2020 – um Canoeiro eternamente em busca da Terceira Margem.
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
- Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
- Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
- Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
- Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
- Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
- Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
- Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
- Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
- Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
- Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
- Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
- Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
- Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
- E-mail: [email protected].
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