Figuras apontam que área foi ocupada por grupos indígenas complexos e populosos antes do contato com europeus

O paleontólogo Alceu Ranzi, da Universidade Federal do Acre, levou um susto ao observar imagens de satélite atualizadas de um sítio arqueológico que conhecia há vários anos. Os desenhos geométricos no chão da Fazenda Crixá II —indícios da presença de grandes centros rituais criados por grupos indígenas antes da chegada dos europeus à Amazônia— tinham sido parcialmente apagados.

“Revendo as imagens, dei de cara com o estrago”, contou Ranzi à Folha. Representantes do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) constataram que os desenhos, conhecidos como geoglifos, tinham sido aterrados para o plantio de milho e pasto. Segundo o proprietário da fazenda, o aterramento teria acontecido por descuido de seus empregados, que haviam sido avisados da presença dos geoglifos no local.

Nas últimas décadas, pesquisadores como Ranzi e a arqueóloga Denise Schaan, que morreu em 2018, realizaram um intenso trabalho de mapeamento e análise dos geoglifos. Esses estudos colocaram as estruturas, que podem medir algumas centenas de metros de comprimento e são detectadas com facilidade por sobrevoos, entre os elementos arqueológicos mais importantes da Amazônia pré-histórica.

Leia na íntegra: Folha de S. Paulo

PUBLICADO EM:            JORNAL DA CIÊNCIA