O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, participou de uma audiência virtual no Senado nesta terça-feira (14) sobre a Amazônia.
Mourão abriu a sessão detalhando o plano de ação contra o desmatamento até 2022. A busca por financiamento e o aumento da presença do Estado na região estão entre as ações que vão receber atenção especial nos próximos anos.
Hamilton Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia, foi convidado pelos senadores após repercussões negativas das ações do governo no combate às queimadas, e o desflorestamento.
O vice-presidente adiantou que ainda nesta semana o ministro Paulo Guedes vai enviar ao Congresso um projeto de lei pedindo recursos para que a Operação Verde Brasil continue até o final deste ano.
Durante a sessão, a política ambiental do governo foi criticada. O senador Fabiano Contarato (Rede/ES), cobrou a volta do protagonismo de órgãos como Ibama e Funai nas ações ligadas à Amazônia.
Mourão respondeu que as agências ambientais perderam a capacidade operacional e precisam de apoio logístico e de segurança dos militares. Segundo o vice -presidente, hoje os agentes desses órgãos de controle ambiental não conseguiriam estar no terreno sem ter a integridade física ameaçada.
Mourão negou ainda que militares estejam assumindo funções técnicas e substituindo as agências ambientais, e disse que espera retirar as forças armadas da região. Segundo ele, não há como ficar eternamente dependente das forças armadas.
O vice-presidente recebeu apoio de senadores como o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB/PE), que é também líder do governo no Senado. Para ele, a credibilidade do Brasil ficou arranhada no exterior com o aumento do desmatamento, mas é possível recuperar.
Já a senadora Eliziane Gama (Cidadania/MA) quis saber o motivo do afastamento da pesquisadora Lubia Vinhas, coordenadora-geral de Observação da Terra do Inpe, uma semana após a divulgação de dados de desmatamento da Amazônia.
A senadora questionou ainda sobre o aumento da exploração de terras indígenas, invadidas por garimpeiros.
Mourão respondeu que houve um rearranjo no Inpe e negou que o governo tente esconder os dados negativos sobre a região da Amazônia Legal.
Em nota, o Inpe negou que a pesquisadora tenha sido afastada de suas funções e alegou que o órgão passa por uma reestruturação e ela foi realocada em outro setor.
Um novo decreto publicado na última semana prorrogou a presença das Forças Armadas na Amazônia Legal até 6 de novembro para atuar em operações de fiscalização e repressão de atividades ilegais de desmatamento e queimadas.
Kariane Costa – RADIOAGÊNCIA NACIONAL – EBC
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