A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) pediu na segunda-feira (6) que os países continuem agindo contra a malária nas Américas, de acordo com a resposta à pandemia de COVID-19, especialmente entre as populações vulneráveis.
Em uma recente atualização epidemiológica, a OPAS disse que “essa situação é especialmente preocupante em áreas onde residem comunidades indígenas e em cidades da região amazônica de Brasil e Peru e em áreas da região do Pacífico na Colômbia. A situação da malária em toda a região está sendo afetada pela coexistência da pandemia de COVID-19.”
“Devido à pandemia de COVID-19, as pessoas podem relutar em procurar diagnóstico e tratamento precoces para malária porque estão preocupadas em ir às clínicas, e a equipe da malária nos serviços de saúde pode ter sido transferida para trabalhar na pandemia”, afirmou Luis G. Castellanos, chefe de doenças negligenciadas, tropicais e transmitidas por vetores da OPAS.
“Temos medicamentos para tratar a malária, embora a cadeia de suprimentos tenha sido afetada por restrições resultantes da pandemia de COVID-19″, acrescentou.
A malária pode provocar a morte e é causada por parasitas transmitidos às pessoas por meio das picadas de mosquitos infectados. Nas Américas, 138 milhões de pessoas vivem em áreas de risco de malária e cerca de 765 mil casos e 340 mortes foram notificados em 2018.
A atualização da OPAS afirma também que, “à medida que a dispersão da transmissão de COVID-19 aumentar, a situação em todas as áreas com risco de malária, principalmente as rurais, se tornará mais crítica, dada a alta vulnerabilidade das populações e as fragilidades dos sistemas de saúde”.
“Um impacto inicial esperado da pandemia de COVID-19 na situação da malária é a redução na detecção e tratamento e subnotificação de casos da doença. Barreiras ao diagnóstico precoce são os principais determinantes.”
Embora tenha havido uma redução geral de casos de malária antes da introdução da COVID-19 nas Américas, oito países relataram um aumento total de casos: Haiti, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Honduras, Costa Rica e Suriname.
A OPAS emitiu recomendações sobre medidas para sustentar os esforços de controle da malária. Estes detalham como proteger a saúde dos trabalhadores e todos os envolvidos em ações contra a doença, como coordenar disposições para o diagnóstico precoce da malária em caso de febre nas áreas endêmicas e como diferenciar os processos de diagnóstico da malária dos diagnósticos de COVID-19 nos serviços de saúde.
As medidas contínuas de prevenção da malária, como a distribuição de redes tratadas com inseticida e a realização de pulverização residual planejada em ambiente interno, juntamente com testes e tratamento apropriados dos pacientes, são estratégias importantes para reduzir a tensão nos sistemas de saúde, observou a OPAS.
A OPAS recomendou que os países acelerassem a compra de medicamentos antimaláricos e testes de diagnóstico rápido e orientassem pacientes com febre, mas sem sintomas respiratórios, ao diagnóstico e tratamento da malária. Sugeriu que as brigadas de busca ativa, com trabalhadores da saúde que usam equipamentos de proteção Individual (EPI), operassem em coordenação com as ações para COVID-19.
Outros desafios da malária nas Américas são o aumento na transmissão relacionada à mineração de ouro e movimentos da população vulnerável entre e dentro dos países, bem como o enfraquecimento das ações dos programas de malária que podem piorar no contexto da COVID-19.
PUBLICADO EM: ONU NAÇÕES UNIDAS OPAS/OMS
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