Para aprimorar o acolhimento de indígenas venezuelanos da etnia Warao na capital do estado do Amazonas, a Prefeitura de Manaus, com apoio de agências das Nações Unidas, inaugurou na terça-feira (14) um novo abrigo na região do Tarumã-Açu, zona oeste da cidade.

FOTO: ONU

Ao todo, 158 pessoas refugiadas e migrantes desta etnia foram realocadas nesta etapa, que dá seguimento à estratégia de resposta do município ao fluxo desta população venezuelana para a cidade.

A ação contou com apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Organização Internacional para as Migrações (OIM), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Além disso, apoiaram a ação instituições da sociedade civil, como Instituto Mana, ADRA e Aldeias Infantis SOS Brasil.

Com uma área de 6 mil m², o espaço contará com dois redários, cada um com capacidade para 100 pessoas, incluindo 22 banheiros, refeitório para 120 pessoas sentadas, cozinha, quadra de esporte, cisterna de 200 mil litros para abastecimento, salão de reunião para 200 pessoas, prédio com quatro suítes, quarto e cozinha e uma casa, além de um riacho e área para agricultura familiar.

O espaço também conta com lavatórios e sabonetes para as mãos em todos os espaços, com o objetivo de prevenir a disseminação do novo coronavírus.

“Estamos muito animados com esse novo espaço e orgulhosos por estar aqui. Foram muitos meses em outros abrigos, e graças ao apoio que está sendo dado chegamos a este espaço mais seguro para minha esposa, eu e nossos filhos. Só temos a agradecer”, destaca Marcelino Moraleda, de 34 anos, que junto com a esposa Yessica chegou ao país com seus quatro filhos da Venezuela em abril de 2017.

A realocação contou com uma triagem de saúde conduzida pela ADRA, parceira do UNICEF e com apoio da OIM. Além disso, as famílias receberam redes de dormir doadas pelo ACNUR, kits de higiene entregues pelo UNICEF, além de roupa de cama, colchonetes e dois bebedouros doados pela OIM.

A ação intensifica a resposta do município de Manaus ao fluxo de deslocamento de refugiados e migrantes venezuelanos para a cidade, que teve início em 2018, com a alocação dos indígenas em dois espaços de acolhimento no bairro Alfredo Nascimento e Tarumã. Com a pandemia de COVID-19, os refugiados e migrantes foram emergencialmente alocados em cinco espaços provisórios, até serem alocados neste novo local.

Desde o início da pandemia, as Nações Unidas cooperaram diretamente na resposta às populações refugiada e migrante no Amazonas. O ACNUR ajudou no processo de construção da estratégia de proteção, apoiando tecnicamente a gestão dos espaços provisórios, a construção de áreas de isolamento temporário de casos suspeitos de coronavírus, além a entrega de kits de higiene individuais e coletivos, colchões, capas e outros itens básicos.

Com apoio do Instituto Mana, o ACNUR também realizou diversas atividades de proteção e de comunicação com a comunidade, ajudando a estruturar comitês de gestão, e facilitando a troca de informações de saúde entre a população por meio da rádio comunitária Yakera Jokonae, que atualmente é liderada pelos próprios indígenas.

Além de apoiar tecnicamente as realocações, durante o período de maior incidência da pandemia em Manaus, a OIM complementou a alimentação dos indígenas, fornecendo mais de 18 mil refeições aos Waraos abrigados pela Prefeitura, além de reforçar o fornecimento de absorventes, fraldas e outros itens de primeira necessidade, entre eles os bebedouros.

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