Nove vítimas fatais da doença eram indígenas venezuelanos; agência da ONU para Refugiados diz que ainda se desconhece total de casos; Roraima, Pará e Amazonas estão entre os mais afetados pela pandemia; somente no Amazonas, foram registrados 94 mil casos e 3 mil mortes pela Covid-19.
As Nações Unidas informaram que estão aumentando suas ações de apoio no Brasil para combater a Covid-19 entre refugiados e requerentes de asilo no país.
Pelo menos 19 pessoas morreram incluindo nove indígenas venezuelanos, segundo a Agência da ONU para Refugiados, Acnur.
Sistema Único de Saúde
A ampliação dos esforços foi anunciada, nesta sexta-feira, pelo porta-voz da agência, Babar Baloch.
Falando a jornalistas, Baloch disse que “a situação está afetando os mais vulneráveis incluindo as populações indígenas mais pobres, e refugiados.”
O Brasil abriga mais de 345 mil refugiados e solicitantes de asilo. Ainda não se tem dados sobre o número total de contaminados nesse grupo. Dentre as vítimas fatais estavam nove indígenas venezuelanos.
Desde o início da pandemia, o Acnur tem apoiado as autoridades brasileiras em ações de prevenção e resposta e campanhas de informação, fortalecendo o Sistema Único de Saúde, dando assistência em dinheiro e distribuindo kits de higiene.
Risco de contaminação
A agência da ONU já atua no norte do Brasil, nos estados do Amazonas, Roraima e Pará, com refugiados que vivem nas ruas ou em abrigos, muitos superlotados. Com a chegada da pandemia, a situação ficou ainda mais difícil nos abrigos por causa do alto risco de contaminação.
O estado do Amazonas é uma das regiões mais afetadas. São mais de 94 mil casos confirmados e 3 mil mortes pelo coronavírus. O Acnur, autoridades locais e entidades parceiras já ajudaram a realocar mais de 170 refugiados indígenas da Venezuela.
Desde março, o Acnur está atuando num hospital de campanha em Boa Vista, capital de Roraima. O local pode isolar até 1.782 pacientes. A unidade também conta com 65 profissionais de saúde venezuelanos.
A promoção da higiene também foi ampliada em abrigos temporários, com a instalação de estações de lavagem de mãos e distribuição de sabão. Com o aumento do desemprego e as consequências socioeconômicas da pandemia, o Acnur aumentou a assistência financeira aos mais carentes incluindo mães solteiras, pessoas ameaçadas de despejo, sobreviventes de violência, e com problemas graves de saúde.
Inverno
Até junho deste ano, a agência distribuiu US$ 325 mil a mais de 3,1 mil refugiados e solicitantes de refúgio.
Devido aos recursos limitados, só é possível prestar assistência financeira a 24% da população carente.
O início do inverno também está agravando a situação dos deslocados.
Cerca de 15 mil refugiados já receberam colchões, kits de limpeza e higiene, redes mosqueteiras por causa dos altos índices de casos de malária e outras doenças, baldes, lâmpadas solares e outros itens.
Entre os beneficiários estão cerca de 2,3 mil venezuelanos indígenas, o número equivale à quase metade dos indígenas da Venezuela que vivem no Brasil.
Além disso, mais de uma tonelada de roupas de inverno foram distribuídas com a ajuda de parceiros nos estados do centro e sul do país.
PUBLICADO EM ONU NAÇÕES UNIDAS
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