Brasília (DF), 27/07/2020 – Em continuidade às ações de combate à pandemia da COVID-19, começa hoje, 27, a primeira fase da Missão Xavante. Trata-se de mais uma ação interministerial das Pastas da Defesa e da Saúde, desta vez na região Centro-Oeste do Brasil, levando assistência médica e insumos para auxiliar a população indígena.

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Nessa primeira fase, que vai até domingo (2), a estimativa é atender cerca de nove mil indígenas da etnia Xavante, que vivem nas aldeias localizadas no entorno dos Polos Bases de São Marcos e Campinápolis. Os Polos fazem parte do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante, situado em Barra do Garças, no estado do Mato Grosso.

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Para isso, estão sendo deslocados para a região 24 profissionais de saúde das Forças Armadas, oriundos de Hospitais e Organizações Militares de Curitiba (PR), do Rio de janeiro (RJ) e de Brasília (DF). São médicos clínicos gerais, ginecologistas obstetras, infectologista, pediatras, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que reforçarão o atendimento médico local realizado pelas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena do DSEI Xavante.

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Também, serão transportadas cerca de três toneladas de insumos de saúde. Na carga, medicamentos, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e testes para Covid-19 enviados pelo Ministério da Saúde, para abastecer a primeira fase da missão e os Polos Bases do Distrito.

Presente no momento do embarque da missão na Base Aérea de Brasília (ALA 1), o Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, General de Exército Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, destacou que se trata de uma operação na qual não há possibilidade de erro.

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“Vamos levar o melhor apoio de saúde para as comunidades indígenas. Para isso, trabalhamos juntos: nós, Forças Armadas, a Secretaria Especial de Saúde Indígena e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), sempre com uma preocupação grande com a revisão sanitária, para que possamos entrar saudáveis e com tranquilidade nas terras indígenas e fazer, assim, o melhor para essa população que carece de ajuda nesse momento de pandemia”, disse.

A base da operação será em Aragarças (GO), onde está situado o 58º Batalhão de Infantaria Motorizado. De lá, graças ao apoio aéreo de dois Helicópteros do Exército Brasileiro, os profissionais de saúde irão deslocar-se, diariamente, para os locais pré-estabelecidos pela coordenação da missão, conforme as necessidades demandadas na região e acordadas com as lideranças indígenas locais.

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“Vamos nos dirigir para Campinápolis e São Marcos nessa primeira semana. Depois, as operações se estenderão até o dia 16, com atendimentos a outros povos e a outras aldeias da região”, explicou o Secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva.

O atendimento médico especializado que será prestado na ação evita o deslocamento dos indígenas para os grandes centros nessa época de pandemia. Além disso, a realização dos testes rápidos para COVID-19 ajudará no diagnóstico da infecção causada pelo novo coronavírus nas Terras Indígenas da etnia Xavante. Os indígenas receberão tratamento para os sintomas leves da doença e orientação sobre isolamento social e uso de EPI para o enfrentamento da pandemia.

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Oriundos das três Forças coirmãs, o Guarda-Marinha João Victor Pimentel Xavier, a Tenente do Exército Camila Bento Silva, e o Tenente da Força Aérea Guilherme Rodrigues de Souza Mattos também vivem em cidades diferentes, mas seguem juntos na missão, focados no mesmo objetivo: oferecer o melhor de si para ajudar as comunidades Xavantes na luta contra a COVID-19.

“A minha expectativa é de ajudar muita gente e vivenciar uma experiência única. Estou há seis meses na Marinha do Brasil e fui voluntário para a missão”, disse João Victor, que serve na Escola de Aprendizes de Marinheiros do Espírito Santo.

Guilherme é médico do Hospital da Força Aérea, no Rio de janeiro, e trabalha na linha de frente no combate ao novo coronavírus. Já contraiu a doença e, assim que ficou curado, voltou para a emergência e fez questão de participar da missão.

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Pela primeira vez em uma atividade de cunho social, a Aspirante a Oficial Rafaela Mafaciolli, infectologista do Hospital Militar de Porto Alegre e recém-chegada às fileiras do Exército, pretende colocar sua experiência em terapia intensiva, controle de infecção e avaliação de pacientes em prol da comunidade Xavante.

“Essa é mais uma ação para fortalecer o atendimento de saúde para aqueles que mais precisam”, disse a militar médica pouco antes do embarque.

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Para o Tenente Anderson Clayton Sant’Anna, clínico geral que atua no 5º Batalhão de Suprimentos, em Curitiba, a participação na missão Xavante e o amor pela profissão se potencializaram pela sua origem familiar.

“Minha expectativa é bastante alta! Não só por estar em missão real em um momento tão complicado mundialmente, mas também devido às minhas raízes: a minha bisavó era Xavante e a minha mãe nasceu em Poxoréu, município do Mato Grosso rodeado por aldeias indígenas. Vou conhecer a região onde elas nasceram e ajudar aquela comunidade tão carente”.

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A segurança das populações indígenas é condicionante básica para a missão. Dessa forma, são adotados protocolos rígidos de saúde. Todos os integrantes da missão devem apresentar o exame molecular de RT-PCR negativo, sendo que, a partir do momento da coleta, os mesmos passam a ficar em quarentena. Além disso, antes do embarque para as Terras Indígenas, são realizados testes rápidos imunológicos (IgM e IgG) e uma inspeção sanitária para comprovar a ausência de sinais e sintomas que possam sugerir a COVID-19.

Em função da extensa área de abrangência populacional e territorial, a missão Xavante de apoio às comunidades indígenas da região Centro-Oeste do País será dividida em três fases. As próximas etapas estão previstas para acontecer de 3 a 9 de agosto, na área do Polo Base Sangradouro, e de 10 a 16 de agosto, no Polo Base Marãiwatséde do DSEI Xavante.

Operação Covid-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate ao novo coronavírus. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia.

As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento

Por Maristella Marszalek e 1º Ten Josiany – 5ª RM
Fotos: Divulgação Forças Armadas / Soldado Giovanne Fernandes (B Adm Ap 5 DE) / Alexandre Manfrim

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