O Brasil lidera a lista de dez países com maior perda anual líquida de floresta (diferença entre floresta criada e destruída) entre 2010 e 2020, informou na terça-feira (21) a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Brigadistas do Ibama participam de operação conjunta para combater incêndios na Amazônia em 2017. Foto: Ibama/Vinícius Mendonça

A agência da ONU publicou o seu relatório anual Avaliação Global de Recursos Florestais. Segundo a pesquisa, os outros nove países são República Democrática do Congo, Indonésia, Angola, Tanzânia, Paraguai, Mianmar, Camboja, Bolívia e Moçambique.

Angola, Brasil e Moçambique estão entre os 10 países com maior perda anual líquida de floresta (diferença entre floresta criada e destruída) entre 2010 e 2020, informou na terça-feira (21) a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

A agência da ONU publicou o seu relatório anual Avaliação Global de Recursos Florestais. Segundo a pesquisa, os outros países da lista são República Democrática do Congo, Indonésia, Tanzânia, Paraguai, Mianmar, Camboja e Bolívia.

O Brasil lidera a lista, com 1,5 milhão de hectares perdidos a cada ano na última década. Apesar desse resultado, o país reduziu o volume da área perdida. Entre 1990 e 2000, estava perdendo 3,78 milhões a cada ano e na década seguinte cerca de 3,95 milhões.

Angola surge no quarto lugar, perdendo 555 mil hectares em média todos os anos, exatamente o mesmo valor que perdia na década anterior, mas um grande aumento em relação à década de 1990-2000, quando eram destruídos 155 mil hectares todos os anos.

Moçambique está no último lugar da lista dos dez primeiros, com 223 mil hectares anuais perdidos, o que representa uma ligeira subida. Na década de 1990, o país africano estava perdendo 219 mil hectares e nos dez anos seguintes perdia em média 222 mil.

Segundo a FAO, esta é a avaliação mais abrangente sobre o tema que a ONU já realizou. Os usuários podem consultar mais de 60 indicadores em todos os países e regiões.

No lançamento da pesquisa, a diretora-geral adjunta da FAO, Maria Helena Semedo, lembrou que a pesquisa pode apoiar a comunidade global, facilitando a criação de políticas e a tomada de decisões para combate ao desmatamento e à degradação florestal.

A agência da ONU afirmou que milhões de pessoas em todo o mundo dependem das florestas para segurança alimentar e meios de subsistência. Estes habitats também são essenciais para a conservação dos recursos naturais, porque abrigam a maior parte da biodiversidade terrestre do planeta.

Segundo dados da ONU, as florestas contêm 60 mil espécies de árvores, 80% de todas as espécies de anfíbios, 75% das espécies de aves e 68% dos mamíferos.

O mundo possui uma área total de floresta de 4,06 bilhões de hectares, o que representa cerca de 31% da área total do planeta. A Europa, incluindo a Rússia, acolhe 25% dessa área, seguida pela América do Sul, 21%, América do Norte e Central, 19%, África, 16%, Ásia, 15%, e Oceania, 5%.

Conclusões do relatório

A área florestal continua a diminuir, com menos 178 milhões de hectares desde 1990. Apesar dessa queda, a taxa de perda líquida diminuiu substancialmente nos últimos 30 anos, devido a uma redução no desmatamento em alguns países.

Quanto aos continentes, a África tem a maior taxa anual de perda líquida na última década, com 3,9 milhões de hectares, seguida pela América do Sul, com 2,6 milhões. O maior ganho líquido aconteceu na Ásia.

Desde 1990, cerca de 420 milhões de hectares de floresta foram perdidos devido ao desmatamento e conversão para outros usos, como a agricultura. No entanto, esta taxa diminuiu substancialmente nos últimos cinco anos, quando foi estimada em 10 milhões de hectares, abaixo dos 12 milhões de hectares registrados 2010-2015 e 16 milhões em 1990-2000.

A área de floresta em áreas protegidas também aumentou 191 milhões de hectares desde 1990, chegando a 726 milhões. Além disso, as áreas protegidas por planos de gestão ambiental estão aumentando em todas as regiões, passando de 233 milhões de hectares em 2000 para mais de dois bilhões de hectares esse ano.

PUBLICADO EM:      ONU NAÇÕES UNIDAS