“Nas contas oficiais, 73 índios morreram da doença, mas o número real pode ser o triplo”, alerta O Globo em editorial
A tragédia — mais uma entre tantas perpetradas pelo novo coronavírus — era previsível. As populações indígenas, que integram um dos grupos mais vulneráveis à Covid-19, correm sério risco, à medida que a doença se alastra pelas aldeias. Segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena, órgão do Ministério da Saúde, já foram registrados 73 mortes, 1.716 casos confirmados e 254 suspeitos na Amazônia. Porém, os números reais podem ser bem maiores.
A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) contabilizava, na quarta-feira, ao menos 228 óbitos, três vezes mais do que o oficial.
Vários fatores se somam para deixar as aldeias expostas. O Amazonas, que concentra a maior população indígena do Brasil, é um dos estados com maior proporção de casos de Covid-19, o que aumenta as chances de contaminação. A invasão de terras indígenas por grileiros, garimpeiros e madeireiros ilegais é apontada como um dos principais motivos de disseminação do vírus.
O contato com agentes de saúde infectados, a precariedade de estruturas de saúde em áreas remotas e o próprio modo coletivo de organização social também contribuem para facilitar o contágio.
Veja o texto na íntegra: O Globo
PUBLICADO EM: JORNAL DA CIÊNCIA
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