Brasília (DF), 29/06/2020 – Os Ministérios da Defesa e da Saúde realizam série de ações para apoiar as comunidades indígenas no combate à Covid-19. Na manhã desta segunda-feira (29), decolou de Brasília mais uma aeronave da Força Aérea Brasileira levando médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem das Forças Armadas, além de itens de proteção individual e insumos médicos.
Os profissionais e insumos vão beneficiar cerca de 2,5 mil indígenas das etnias Yanomami, Macuxi e Ye’Kuana que vivem nas reservas Yanomami e Raposa Serra do Sol, em Roraima.
Essa equipe de saúde, composta por 21 militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, atuará em conjunto com profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), em 136 aldeias dos Distritos Sanitários Especiais (DSEI) Yanomami e Leste de Roraima.
Antes da decolagem, o Vice-Almirante Carlos Chagas Vianna Braga, Assessor Especial do Ministro de Estado da Defesa, ministrou palestra no Auditório do Sexto Esquadrão de Transporte Aéreo (6º ETA), Esquadrão Guará, e explicou para militares e jornalistas que o Ministério da Defesa possui um Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à Covid-19.
“São dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando Aeroespacial (COMAE), de funcionamento permanente. Não é a primeira missão em apoio aos povos indígenas. Estamos, frequentemente, apoiando e cuidando da população que se encontra em localidades de difícil acesso. Já realizamos 133 ações em comunidades indígenas na Amazônia Ocidental. Nesta missão, estamos levando, em conjunto com outras instituições, assistência à saúde, além de máscaras cirúrgicas, álcool etílico, testes rápidos, avental hospitalar descartável, protetor facial, toucas e medicamentos. Sempre obedecemos aos princípios da autonomia, equidade e respeito à diversidade cultural dos indígenas”, explicou o Almirante.
Presente também no momento do embarque, o Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, General de Exército da reserva Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, destacou que o apoio às comunidades indígenas faz parte de esforço interministerial para conter o avanço da doença e amparar a população indígena.
“Levar atendimento de saúde às aldeias de Roraima, assim como em qualquer outra, é fundamental, tendo em vista que muitos indígenas são mais suscetíveis ao coronavírus, porque vivem em locais com grande número de moradores, compartilham utensílios domésticos e realizam práticas culturais de atividade coletiva”, comentou o Secretário.
Participação voluntária e amor pela profissão são as características do Capitão-Tenente Jarba de Souza Salmont Júnior, ginecologista e obstetra que trabalha no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. O médico, que é um dos integrantes da missão, disse que, mesmo com um cenário desafiador, está esperançoso em voltar à Região Norte do país para levar assistência a quem precisa.
“Quando ingressei na Marinha foi para servir intensamente à Pátria e ao meu povo. Sempre fui voluntário. Já estive no Haiti, na Antártica, tenho mais de 100 dias a bordo de navios de assistência hospitalar atendendo ribeirinhos da Região Amazônica. Passei dois anos na Policlínica de Manaus e agora vou ter a oportunidade de colaborar com os indígenas de Roraima. Meu desejo é que o nosso País volte à normalidade e siga prosperando”, assegurou Jarba.
Em menos de dois meses, a Capitão do Exército Fernanda Silva Dalcolmo Cunha, ginecologista do Hospital das Forças Armadas de Brasília, está indo pela segunda vez participar de ações em prol da saúde indígena.
“Em junho, atuei em hospitais de Atalaia do Norte, Pelotão de Fronteira Palmeiras do Javari e de Tabatinga, no Amazonas. Um fato marcante foi que conseguimos salvar a vida de uma gestante que apresentava quadro grave. Isso é gratificante. Por isso, novamente fui voluntária e ressalto a importância do trabalho em equipe. Cada especialista tem um cuidado diferenciado com o paciente. Minha expectativa baseia-se em servir à comunidade sempre. Estamos todos confiantes que mais uma vez podemos fazer a diferença para aquela população”, afirmou a Capitão Dalcolmo.
Antes do embarque, numa ação preventiva e visando à segurança das comunidades indígenas e de toda a tripulação, equipe da Divisão de Saúde Operacional da Aeronáutica/HFAB verificou a temperatura e realizou entrevista para confirmar o bom estado de saúde e ausência de qualquer sintoma da Covid-19 entre os integrantes da missão. Além disso, foi exigida a apresentação de teste de RT-PCR negativo para a doença.
Profissionais da imprensa nacional e internacional também embarcaram na aeronave KC-390 Millennium para acompanhar a missão. A aeronave, a maior já produzida no Brasil, é capaz de executar reabastecimento aéreo, transporte de carga e tropas, lançamento aéreo de carga e paraquedistas, busca e salvamento, combate aéreo a incêndios e missões humanitárias.
Operação Covid-19
Em três meses, o Ministério da Defesa, por meio da Força Aérea Brasileira, transportou 350 toneladas de materiais de saúde. No total, foram 1.038 horas de voo, o suficiente para dar 11 voltas ao planeta, uma a cada nove dias de Operação Covid19. Foram realizadas mais de 2,6 mil descontaminações de espaços públicos, transportadas 16 mil toneladas de material de saúde, nos modais aéreo e terrestre, entregues mais de 570 mil kits de alimentação, realizadas mais de 19 mil doações de sangue, dentre inúmeras outras ações.
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à COVID-19. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando Aeroespacial (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia que recebeu o nome de Operação COVID-19.
As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas poderão ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determinará a melhor forma de atendimento.
Por Edwaldo Costa
Fotos: Igor Soares
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