Governo Federal leva atendimento médico especializado, entrega insumos, materiais e testes para os polos bases das aldeias Waikás e Auaris, em Roraima

Essa é a quinta missão interministerial para levar reforço entre indígenas. – Foto: Ministério da Saúde 

A missão conjunta de reforço no combate à Covid-19 em populações indígenas de Roraima chegou hoje (30/06) a duas aldeias Yanomami. Equipes do Ministério da Saúde, por meio da Secretária Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Defesa e da Fundação Nacional do Índio (Funai) levaram atendimento médico e insumos às comunidades do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, nas áreas de fronteira do país. As primeiras aldeias a receberem os insumos e serem atendidas foram Auaris e Waikás, cujos Polos Base atendem mais de 4 mil indígenas.

Além do atendimento com os profissionais de saúde, os Polos Base de Auaris, que atende 58 aldeias e uma população de 3.971 indígenas, e de Waikás, que atende 4 aldeias e uma população de 178 indígenas, também receberam insumos como máscaras cirúrgicas, álcool 70%, avental hospitalar, luvas, toucas e protetores faciais, medicamentos como cloroquina e azitromicina, além de testes rápidos.

Essa é a quinta missão interministerial para levar atendimento médico e reforçar o enfrentamento à covid-19 entre indígenas. De acordo com o secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, a previsão é atender pelo menos 1,5 mil pessoas no período da missão. “Além das quatro toneladas de equipamentos, estão indo equipes de profissionais para atender a população, particularmente na área de fronteira. São máscaras, aventais, luvas e outros itens importantes para o atendimento dos indígenas, que ficarão nessas localidades, incluindo também medicamentos”, destaco o secretário da SESAI.

Ao todo, 21 profissionais de saúde das Forças Armadas reforçaram o atendimento aos indígenas da região, trabalhando em parceria com as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde. Atualmente, a região conta com 1.762 profissionais de saúde da SESAI realizando o atendimento de Atenção Primária aos indígenas nas aldeias, sendo 725 profissionais no DSEI Yanomami e 1.037 no DSEI Leste de Roraima. São agentes de saúde e saneamento, agentes de combate a endemias, médicos, farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem, entre os profissionais da área.

Os profissionais de saúde das Forças Armadas vão reforçar o atendimento a cerca de 3 mil indígenas em cinco Polos Base: Auaris, Waikás e Surucucu (Yanomami) e Frexal e Maturuca (Leste de Roraima). Como medida de segurança para os povos indígenas, toda a equipe que compõe a missão realizou o teste RT-PCR (molecular) para Covid-19. O embarque só foi permitido com o resultado negativo para a doença, após triagem realizada por profissionais de saúde.

INSUMOS

No total, foram entregues 87,6 mil máscaras cirúrgicas; 1,4 mil unidades de álcool 70%; 5,3 mil testes rápidos; mil aventais hospitalares; 300 protetores faciais; 87,6 mil toucas; 400 macacões; 1,6 mil máscaras de proteção respiratória; mil luvas e 297 mil comprimidos de medicamentos como cloroquina; azitromicina; prednisona e paracetamol.

No DSEI Yanomami a população indígena é de, aproximadamente, 28 mil pessoas. São duas etnias (Yanomami e Yekuana) e 366 aldeias em um território de 96,6 mil m². A população local conta com 78 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI); 37 Polos Base e 1 Casa de Saúde Indígena (CASAI). Já no DSEI Leste de Roraima são, aproximadamente, 52 mil indígenas de sete etnias em uma área de 69, 7 mil km². São 285 UBSI, 34 Polos Base e 1 CASAI prestando atendimento à população indígena.

O QUE JÁ TEM SIDO FEITO

Ao longo do período da pandemia, o Ministério da Saúde tem desenvolvido estratégias para aprimorar o atendimento e uma das mais recentes é a criação da Unidade de Atenção Primária Indígena (UAPI). As unidades vão fortalecer os serviços de atenção primária à saúde indígena no atendimento desta população proporcionando o acolhimento dos casos suspeitos de Síndrome Gripal (SG) e identificação precoce de casos de Covid-19. Além disso, já foram instaladas alas indígenas em hospitais de Manaus (AM) e Macapá (AP), Vale do Javari, Pará (Belém, Marabá, Santarém), Mato Grosso (Colíder, Cuiabá, Araguaia, Sinop, Barra do Garças), Mato Grosso do Sul (Dourados) e Roraima (Boa Vista).

Também foi elaborado um Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo coronavírus em Povos Indígenas que detalha como as equipes de saúde devem agir conforme cada caso. Os DSEI também elaboraram seus respectivos Planos de Contingência Distritais para as diferentes situações de enfrentamento da Covid-19, respeitando as características de cada povo e suas necessidades específicas. Todo esse planejamento e estudo antecipado resultam em atendimentos rápidos e eficientes executados diretamente nas aldeias.

Em todos os casos, as equipes dos DSEI têm agido dentro do previsto no planejamento e realizado o isolamento de infectados, casos suspeitos e a transferência para a rede pública estadual e municipal dos pacientes que necessitem de suporte especializado em hospitais. Para isso, a SESAI emprega uma grande frota de veículos, embarcações e aeronaves para levar os indígenas em segurança até as cidades mais próximas que ofereçam o atendimento necessário.

Para oferecer atendimento rápido em situações de emergência, a Secretaria autorizou a contratação de 34 equipes de resposta rápida para atuar em cada DSEI. As equipes compostas por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem ficam disponíveis 24 horas para partir para o território indígena que apresentar, eventualmente, um aumento de casos repentino, reforçando assim o trabalho das equipes multidisciplinares de saúde indígena que já se encontram atuando normalmente nas aldeias.

PUBLICADO  EM:       MINISTÉRIO DA SAÚDE – GOVERNO DO BRASIL