Somente neste mês de maio, duas operações aconteceram nas florestas do Afluente e Antimary Foto: Cleiton Lopes/Sema

O Governo do Estado tem atuado de forma rigorosa no combate aos crimes ambientais e está presente nas florestas estaduais para coibir a invasão e comercialização de terras públicas, além de conter o desmatamento ilegal. Somente neste mês de maio, duas operações aconteceram nas florestas do Afluente e Antimary, ações que fazem parte da campanha contra queimadas durante a pandemia por Covid-19.

Seguindo a determinação do governador Gladson Cameli, o Comitê de Ações integradas de Meio Ambiente vem coordenando missões de inteligência nas unidades de conservação em todo o Estado. O Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) tem fornecido todas as informações necessárias para definição das estratégias de ação, desde boletins hidrometeorológicos, até imagens georreferenciadas, que indicam com precisão os locais mais prejudicados pelas invasões e derrubadas ilegais.

A missão em campo iniciou na sexta-feira, 15 de maio, envolvendo 33 pessoas da Sema, do Instituto de Meio Ambiente (Imac), do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), Polícia Militar (PMAC) e Corpo de Bombeiros (CBMAC). Durante 10 dias, foram percorridos aproximadamente 900 quilômetros, vistoriadas mais de 30 áreas invadidas e identificados invasores.

A equipe percorreu a floresta utilizando oito quadriciclos, sete caminhonetes e um caminhão, mais trechos inacessíveis, obrigaram os homens a entrar caminhando para identificar áreas que estavam sendo desmatadas para venda ilegal de terrenos.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Israel Milani, que preside o Comitê de Ações Integradas, já solicitou rondas policiais nas florestas para garantir que os criminosos não voltem a ocupar os espaços. “Um dossiê está sendo elaborado, contendo todas as informações técnicas necessárias para a embasar a tomada de decisão do Estado. Não podemos permitir que pessoas sejam enganadas, comprando lotes de uma terra que por lei nunca poderá ser delas”, afirmou Israel.

Durante 10 dias, foram percorridos aproximadamente 900 quilômetros, vistoriadas mais de 30 áreas invadidas e identificados invasores Foto: Cleiton Lopes/Sema

“É a primeira vez que acontece uma missão bem articulada, com integração total das instituições”, disse o major Kleison Albuquerque, comandante do BPA. Ele destacou que no ano passado foram realizadas sete operações dentro da Floresta do Antimary, que, inclusive, resultaram em 14 prisões.

A gestão da Floresta do Antimary é de responsabilidade da Divisão de Áreas Naturais Protegidas e Biodiversidade (DapBio) da Sema, que vem realizando o monitoramento constante dentro da unidade de conservação. “Consideramos que o resultado da missão foi muito positivo, porque apesar de não termos realizado prisões, as pessoas que estão tentando invadir a floresta estão entendendo que o Estado está fiscalizando a área e que não vai abrir espaço para a ocorrência de mais crimes ambientais”, complementou o secretário Israel Milani.

A missão foi realizada pelo Governo do Estado, em parceria com o Programa de Saneamento Ambiental e Inclusão Socioeconômica do Acre (Proser /BIRD), o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Acre (PDSA II/BID) e o Programa REM Fase II – Reino Unido (BEIS) e Cooperação Financeira Alemã (KfW).

Invasões

Para todas as instituições envolvidas na missão do Antimary, a invasão de terras públicas é o maior problema a ser combatido. De acordo com o levantamento realizado pela Sema, o processo de invasão no local teve início no ano de 2004, possivelmente pelo projeto de assentamento Wilson Lopes, que fazia parte dos primeiros limites da floresta. O ano de 2005 foi o ano de maior taxa anual de desmatamento, caracterizada pelo desmatamento para formação de fazendas para criação de gado.

Durante as investidas na floresta, na semana passada, a equipe encontrou barracos de invasores equipados, muitas áreas demarcadas e um desmatamento ilegal que pode representar risco no próximo período de seca no estado, já que as queimadas podem agravar ainda mais a saúde da população durante a pandemia do coronavírus.

Áreas demarcadas são evidência da presença de invasores Foto: Cleiton Lopes/Sema

A operação na Floresta do Antimary demonstra que o Governo do Estado está trabalhando para conter o avanço do desmatamento. Uma campanha para sensibilizar a população sobre o problema da venda ilegal de terrenos nas florestas será veiculada nas rádios e redes sociais, já que os anúncios das vendas de terrenos e casas no Antimary estão sendo feitos através de redes de relacionamento virtuais.

Desmatamento

Segundo dados da Unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (Ucegeo), a área desmatada na FEA até o ano de 2019 é de 3.490,8 hectares, que corresponde a aproximadamente 7% da área da floresta. Sendo que o ano de 2004, quando iniciaram as invasões, foi a primeira vez que a área desmatada superou os 60 hectares por ano.

A Floresta Estadual do Antimary foi criada em 7 de fevereiro de 1997 com uma área total de 57.629,00 hectares, entre os municípios de Bujari e Sena Madureira. Em 2005 a floresta teve seus limites redefinidos para 45.686,57 ha pelo Decreto Estadual nº 13.321 de 1 dezembro de 2005.

Mapa Floresta Estadual do Antimary Imagem: Sema

 

FONTE: GOVERNO DO ACRE