As mesas redondas virtuais serão realizadas nesta quinta-feira (23), com a primeira iniciando às 14h e a segunda às 15h. O acesso será por meio da plataforma Zoom. Os eventos traçam um diversificado painel, ao abordar como estão as populações indígenas diante do surto do novo coronavírus. Os convidados são representantes de etnias indígenas e pesquisadores.

FOTO: MUSEU GOELDI

O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) coordena, nesta quinta-feira (23), a partir das 14h, duas mesas redondas virtuais com o tema “Povos Indígenas e o coronavírus: panorama brasileiro e atualidades regionais”. O evento, que ocorrerá na plataforma Zoom, traz para o debate público, no mês em que se celebra a história indígena, a discussão sobre as condições das populações indígenas em meio à pandemia de covid-19.

Os povos indígenas, especialmente aqueles em condição isolada ou de recente contato, possuem uma vulnerabilidade epidemiológica muito mais alta a certas doenças contagiosas. “Além desse fator epidemiológico, sua relativa marginalidade geográfica e econômica oferece uma grande vulnerabilidade social em termos de acesso a informação, políticas públicas e cuidados médicos qualificados”, explica o antropólogo Glenn Harvey Shepard Jr, pesquisador e professor do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural do Museu Goeldi, que desenvolve estudos no âmbito da antropologia médica com diversos povos tradicionais da Amazônia.

Programação – A primeira mesa redonda virtual inicia às 14h e contará com a participação de Douglas Antonio Rodrigues, da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), que abordará as “Ameaças epidemiológicas do coronavírus aos povos indígenas, em especial aos povos isolados”. Douglas Rodrigues é gerente do Ambulatório do Índio do Hospital São Paulo e atua nos temas envolvendo a atenção e proteção à saúde de grupos indígenas.

Ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), caberá ao antropólogo e historiador Márcio Meira tematizar a “Política indigenista atual e o coronavírus”. Meira, pesquisador e professor do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural do MPEG, investiga a história e antropologia de povos indígenas na Amazônia, especialmente na região do Rio Negro.

O último convidado especial desta mesa é o antropólogo Tiago Moreira dos Santos, analista de desenvolvimento socioambiental no Instituto Socioambiental (ISA) que tratará do “Monitoramento da pandemia entre os povos indígenas no Brasil”. Em seu doutorado em andamento, Tiago pesquisa os indígenas Munduruku do Alto Tapajós. Após a palestra, será aberta a sessão de perguntas do público.

A segunda mesa do evento terá início às 15h, com Dario Kopenawa, da Associação Hutukara. Kopenawa apresenta a “Situação dos povos indígenas em Roraima, com foco no povo Yanomami”.

Na sequência, a antropóloga Beatriz de Almeida Matos falará sobre a “Situação na Terra Indígena do Vale do Javari”. Beatriz Matos é professora de Antropologia e Etnologia Indígena no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).

A “Situação dos povos indígenas em Rondônia” é o assunto de Fabricio Gatagon Surui, biólogo e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural do Museu Goeldi.

Juntos, Tatiane Klein, da Universidade de São Paulo (USP), e Eliel Benites, da Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD), irão falar sobre as “Perspectivas kaiowa e guarani (MS) sobre a pandemia”.

Por fim, Joziléia Kaingang, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), enfoca a “Prevenção e combate ao coronavírus entre os indígenas do sul do Brasil”.

Após a palestra de Joziléia, uma sessão de perguntas será aberta.

A abertura do evento que integra as duas mesas redondas será feita pela diretora do Museu Goeldi, Ana Luisa Kerti Mangabeira Albernaz. A bióloga atua como pesquisadora na instituição e é professora no Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Evolução do Museu Goeldi.

Parceria – O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) promove todos os anos, no mês de abril, a Semana dos Povos Indígenas, a fim de reafirmar sua tradição de parceria com os povos originários da Panamazônia, para a valorização e divulgação de conhecimentos sobre suas culturas.

Em função da severa pandemia do COVID-19, este ano o Museu Goeldi traz um evento diferenciado, pensando na importância da saúde dos povos indígenas e da população em geral. O evento acontecerá na plataforma Zoom Cloud Meeting, será gravado e, posteriormente, será disponibilizado nos canais do Museu Goeldi.

Serviço | Mesa redonda virtual “Povos Indígenas e o coronavírus: panorama brasileiro e atualidades regionais”

Data: 23 de abril (quinta-feira).

Link: https://zoom.us/j/95919762786  Meeting ID: 959 1976 2786

 Programação:

  • Abertura: Ana Albernaz (diretora do Museu Goeldi)
  • Coordenação e Mediação: Glenn Sheppard Jr. (Museu Goeldi)

Mesa 1

Horário: 14:02 – 14:40

Temas abordados pelos convidados: “Ameaças epidemiológicas do coronavírus aos povos indígenas, em especial aos povos isolados” (Douglas Rodrigues, Escola Paulista de Medicina, UNIFESP).

  • “Política indigenista atual e o coronavírus” (Marcio Meira, Museu Goeldi)
  • “Monitoramento da pandemia entre os povos indígenas no Brasil” (Tiago Moreira dos Santos, Instituto Socioambiental).

Sessão de perguntas 14:40 – 15:00

Mesa 2

  • Horário: 15:00 – 16:00

Temas abordados pelos convidados:

Situação dos povos indígenas em Roraima, com foco no povo Yanomami” (Dario Kopenawa, Associação Hutukara)

  • “Situação na Terra Indígena do Vale do Javari” (Beatriz Matos, Universidade Federal do Pará).
  • “Situação com os povos indígenas em Rondônia” (Fabrício Gatagon Suruí, Museu Paraense Emílio Goeldi). “Perspectivas kaiowa e guarani (MS) sobre a pandemia” (Tatiane Klein, Universidade de São Paulo, e Eliel Benites, Universidade Federal de Grande Dourados).
  • “Prevenção e combate ao coronavírus entre os indígenas do sul do Brasil” (Joziléia Kaingang, Universidade Federal de Santa Catarina).
    Sessão de perguntas 16:00 – 16:30

Agência Museu Goeldi  – publicado: 20/04/2020 13h20, 

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