O artigo recém publicado pelo grupo de pesquisadores do CCST e da OBT do INPE em conjunto com o Center for Analysis of Socioecological Landscapes, Indiana University, analisou a relação de grupos nativos da Amazônia e de colonos com o uso de produtos florestais extrativistas de origem animal e vegetal (Pevas) da Floresta Amazônica para subsistência e geração de renda em 114 assentamentos da região sudoeste do Pará (Rios Tapajós, Arapiuns, BR-163 e Transamazônica).
A pesquisa indica que a relação dos grupos sociais com os Pevas pode conter tanto similaridades quando diferenças dentro e entre os grupos sociais. O mais interessante é o baixo valor geral que os Pevas têm para esses grupos como fonte de renda, exceção para a pesca para as comunidades ribeirinhas (muito pelo comércio local nas comunidades).
Os resultados indicam que é necessário um esforço considerável em termos de políticas públicas para que a floresta em pé se constitua, de fato, numa fonte viável de renda para a região.
Vejam o resumo da pesquisa:
Investigamos a importância atribuída aos recursos extrativistas florestais (FR) para subsistência e geração de renda pelas populações colonizadas e caboclos na Amazônia brasileira. Os principais informantes em 114 assentamentos (82 Caboclos e 32 colonos) na região sudoeste do Pará classificaram em escala ordinal de quatro níveis a importância de frutas, plantas medicinais, caça, pesca e madeira tanto para subsistência (FRI-s) quanto para geração de renda ( FRI-i). A FRI-s foi maior que a FRI-i, que teve menor importância geral, com exceção da pesca entre caboclos.
As diferenças e semelhanças encontradas dentro e entre os grupos sociais refutaram essa dicotomia social como um fator importante mediando a relação com a FR. Discutimos possíveis fatores socioeconômicos como causas prováveis para explicar os valores de importância encontrados. A baixa importância para a geração de renda pode revelar as restrições à extração de FR na Amazônia, o que pode comprometer o papel das reservas extrativistas florestais para o desenvolvimento econômico na região.
Veja a pesquisa completa no link:
https://link.springer.com/article/10.1007/s10745-020-00127-7?wt_mc=Internal.Event.1.SEM.ArticleAuthorOnlineFirst&utm_source=ArticleAuthorOnlineFirst&utm_medium=email&utm_content=AA_en_06082018&ArticleAuthorOnlineFirst_20200227
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