Conselheiros de Saúde Indígena criticaram mudanças no processo de seleção de agentes de saúde indígena que, segundo eles, desconsidera saber tradicional.

Cerca de 15 pessoas, indígenas e não indígenas em ambiente interno, posando para foto

Foto: Divulgação MPF/AM

Mudanças em regras do processo seletivo para agentes de saúde que deverão atuar nas comunidades do Alto Solimões, interior do Amazonas, levaram representantes do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) a recorrer ao Ministério Público Federal (MPF) para debater a necessidade de conciliar o conhecimento técnico com as tradições nas exigências do edital de seleção.

Em reunião realizada em Tabatinga (AM), no início deste mês, os indígenas relataram a importância de considerar, em qualquer mudança no modelo de contratação, a realidade do contexto em que os agentes atuarão, que requer a necessidade de rápida adaptação à realidade local e abrange regiões de difícil acesso, com dificuldade de comunicação e pouca infraestrutura. Nesta quarta-feira (11), o Condisi protocolou oficialmente documento com as demandas apresentadas na reunião.

Ao MPF, os representantes do Condisi ponderaram que o modelo de contratação de profissionais de saúde para promoverem as ações de saúde indígena tem se mostrado satisfatório e requereram maior valorização dos modos de criar, fazer e viver dos indígenas nos processos seletivos. Também pediram a viabilidade de concursos por município da região, o que diminuiria a chance de os candidatos aprovados desistirem das vagas, uma vez que já teriam pleno conhecimento de sua lotação final.

Outro tema abordado na reunião e também apontado no documento foi a dificuldade de inscrição, já que a precariedade de internet na área impede comunitários de se inscreverem, sugerindo-se a possibilidade de inscrição tanto pela internet como presencial, em cada município contemplado.

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