Conselheiros de Saúde Indígena criticaram mudanças no processo de seleção de agentes de saúde indígena que, segundo eles, desconsidera saber tradicional.
Mudanças em regras do processo seletivo para agentes de saúde que deverão atuar nas comunidades do Alto Solimões, interior do Amazonas, levaram representantes do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) a recorrer ao Ministério Público Federal (MPF) para debater a necessidade de conciliar o conhecimento técnico com as tradições nas exigências do edital de seleção.
Em reunião realizada em Tabatinga (AM), no início deste mês, os indígenas relataram a importância de considerar, em qualquer mudança no modelo de contratação, a realidade do contexto em que os agentes atuarão, que requer a necessidade de rápida adaptação à realidade local e abrange regiões de difícil acesso, com dificuldade de comunicação e pouca infraestrutura. Nesta quarta-feira (11), o Condisi protocolou oficialmente documento com as demandas apresentadas na reunião.
Ao MPF, os representantes do Condisi ponderaram que o modelo de contratação de profissionais de saúde para promoverem as ações de saúde indígena tem se mostrado satisfatório e requereram maior valorização dos modos de criar, fazer e viver dos indígenas nos processos seletivos. Também pediram a viabilidade de concursos por município da região, o que diminuiria a chance de os candidatos aprovados desistirem das vagas, uma vez que já teriam pleno conhecimento de sua lotação final.
Outro tema abordado na reunião e também apontado no documento foi a dificuldade de inscrição, já que a precariedade de internet na área impede comunitários de se inscreverem, sugerindo-se a possibilidade de inscrição tanto pela internet como presencial, em cada município contemplado.
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