Pesquisadores iniciam trabalho de campo para criar monitoramento via satélite do Estuário Amazônico.

Até dia 11 de fevereiro, 10 pesquisadores fazem a primeira expedição, que visa monitorar áreas alagáveis da Amazônia via satélite. Eles passarão por Macapá e Santana, no Amapá, seguindo até Santarém e Óbidos, no Pará.

O grupo vai coletar dados de vazão, medir a declividade dos rios e perfis de linha de água para validar os dados de satélites da Agência Espacial Francesa e da NASA.

O engenheiro cartógrafo do Serviço Geológico do Brasil, Daniel Moreira, explica que os novos pontos de monitoramento serão implementados principalmente em áreas muito afastadas de centros urbanos e em regiões fora do território brasileiro.

“A Bacia Amazônica é composta por outros países também. As águas que vem da Bolívia, da Colômbia e do Peru desaguam no território brasileiro. Com essa informação de satélite, a gente consegue prever se uma grande cheia está ocorrendo fora do país e se ela está caminhando para acontecer no nosso território”.

Daniel Moreira está nessa primeira excursão. Nesta quinta-feira, ele falou com a reportagem e destacou que o trabalho tem como objetivo melhorar a vida de populações ribeirinhas, inclusive as que moram em áreas urbanas.

“Quando uma cheia estiver ocorrendo na Bacia do Rio Madeira na Bolívia, a gente já vai saber que essa cheia vai estar acontecendo, e com antecedência a gente vai poder alertar os órgãos gestores para eles poderem dar apoio à sociedade. A população de Macapá, de Belém, são uma região de influência de efeito de maré e das águas que desaguam no Rio amazonas. Essa pesquisa visa justamente analisar a influência dos efeitos de maré para poder melhor dar uma resposta a eventos extremos, para tantas secas e cheias”.

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, todos os anos as populações que vivem próximas às margens do Estuário Amazônico são afetadas por inundações. Estima-se que, atualmente, 30% dos habitantes de Macapá e da capital paraense, Belém, estejam expostos a eventos hidrológicos extremos, como as inundações.

O estudo vai utilizar dados de satélite pelos próximos cinco anos para monitorar a extensão das enchentes na bacia amazônica.

O trabalho é desenvolvido pelo Serviço Geológico do Brasil e o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento da França, e conta com a colaboração de universidades brasileiras, entre elas a Universidade Federal do Oeste do Pará.

FONTE: EBC – RADIOAGÊNCIA NACIONAL