Às florestas amazônicas contêm um grande estoque de carbono que poderia ser liberado na atmosfera como resultado de mudanças de uso e cobertura da terra. Para quantificar os estoques de carbono, o Brasil tem parcelas de inventário florestal de diferentes fontes, mas estes dados nem sempre estão disponíveis para a comunidade científica.

Considerando a extensão da Amazônia brasileira, o uso de sensoriamento remoto, combinado com dados de campo, é uma das melhores opções para estimar a biomassa florestal. No entanto, a combinação de dados limitados de inventários florestais e o uso de diferentes produtos de sensoriamento remoto resultou em diferenças significativas nas atuais estimativas de biomassa florestal no Brasil.

O estudo, realizado no Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST), no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), avalia a cobertura espacial dos dados de biomassa florestal desde parcelas de inventário florestal, mapas AGB e produtos de sensoriamento remoto em florestas não perturbadas na Amazônia brasileira. Além disso, o estudo analisou às interconexões entre os dados e as partes interessadas que produzem os dados de biomassa florestal.

As metodologias utilizadas foram a revisão e organização dos dados dos inventários florestais, mapas de biomassa florestal publicados, dados de transectos LiDAR aerotransportado e mapas de fatores ambientais. Uma análise de redes sociais foi utilizada para identificar a relação entre as partes interessadas que trabalham com dados de biomassa florestal. Para quantificar a cobertura dos dados de campo, calculou-se a distância das parcelas na floresta amazônica brasileira.

Os resultados obtidos sintetizam a cobertura de parcelas de inventários florestais, transectos LiDAR e mapas de biomassa florestal na Amazônia brasileira. Embora vários inventários florestais extensos tenham sido implementados, esses dados cobrem uma pequena fração desta região. A Amazônia central, por exemplo, permanece amplamente descoberta. O uso de novas tecnologias, como o LiDAR aerotransportado, abrangem uma extensão significativa dos novos levantamentos de biomassa florestal, mas a área dos transetos LiDAR e as parcelas representam apenas 1% de toda a área florestal da Amazônia brasileira.

Considerando que as instituições envolvidas nos inventários florestais da Amazônia Brasileira tem objetivos, protocolos e tempos de coleta diferentes, os dados permanecem não padronizados. As agências de fomento à pesquisa têm um papel importante no estabelecimento de uma política clara de compartilhamento de dados para torná-los livres e abertos, bem como na harmonização do procedimento de coleta. Tais medidas podem ter implicações positivas nas Comunicações Nacionais, mapeamento de carbono e no mecanismo de redução das emissões provenientes de desmatamento e degradação florestal (REDD+). É essencial gerar dados de biomassa florestal de qualidade para monitorar e compreender a resiliência das florestas tropicais que enfrentam desmatamento, degradação e mudanças climáticas.

Vejam o artigo publicado (2019) “Evaluating spatial coverage of data on the aboveground biomass in undisturbed forests in the Brazilian Amazon” no link: https://cbmjournal.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13021-019-0126-8

E é derivado da tese defendida pela aluna de doutorado do CCST em 2017, Dra Graciela Tejada Pinell – veja sua tese no link: http://mtc-m21b.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/mtc-m21b/2017/06.16.22.29/doc/publicacao.pdf

Foto do arquivo pessoal da Graciela Tejada Pinell

FONTE: CCST – INPE – http://www.ccst.inpe.br/estudo-avalia-a-cobertura-espacial-dos-dados-de-biomassa-florestal-na-amazonia-brasileira/