Presidente da Assembleia Geral disse que essas línguas estão desaparecendo em um ritmo alarmante; nesse momento, ainda existem cerca de 4 mil línguas indígenas, mas um idioma desaparece a cada duas semanas.
A ONU encerrou esta terça-feira as celebrações do Ano Internacional das Línguas Indígenas com um evento na Assembleia Geral em Nova Iorque.
Falando no evento, o presidente da Assembleia Geral, Tijjani Muhammad-Bande, pediu que o mundo continue promovendo essas línguas, que estão desaparecendo em um ritmo alarmante.
Bande disse que todos precisam perceber que “nestas línguas, existem ideias científicas, conselhos de sabedoria e práticas comunitárias que levam as civilizações de uma fase para outra.”
O evento foi organizado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, e pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, Desa. Muhammad-Bande disse que “as Nações Unidas estão claramente na vanguarda dos esforços para enfrentar os desafios colocados às línguas indígenas no mundo moderno.”
Em 2007, a Assembleia Geral adotou a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas. O documento pede que os Estados tomem medidas efetivas, em consulta com os povos indígenas, para combater o preconceito, eliminar a discriminação e promover a tolerância e as boas relações entre os povos indígenas e outros setores da sociedade. Também pede políticas e leis que preservem e fortaleçam as línguas indígenas.
Apesar desses esforços, o presidente da Assembleia Geral disse que “os desafios persistem.” Segundo ele, pelo menos uma língua nativa desaparece a cada duas semanas.
Esforços
Nesse momento, ainda existem cerca de 4 mil línguas indígenas. Mas manter esses números é um desafio. Essas línguas são faladas por apenas 6% da população total do mundo e 15% das pessoas mais pobres do mundo são indígenas.
Para Muhammad-Bande, “a diversidade linguística é essencial para a preservação do patrimônio comum da humanidade.” Ele acredita que infelizmente, “essa diversidade que consideramos essencial está em risco.”
A Unesco destaca vários obstáculos. Nas Filipinas, por exemplo, o governo promove o uso da língua materna nas escolas, mas não financia professores ou materiais. Na Ilha de Páscoa, no pacífico, a língua local está sendo rapidamente substituída pelo espanhol.
Segundo a agência, a sobrevivência de um idioma também depende dos meios de comunicação. Na América Latina, existem leis nacionais favoráveis, mas dificuldades na sua aplicação. Por outro lado, na África são necessárias leis nacionais.
Direito
Segundo o presidente da Assembleia Geral, “em vez de procurar quem é culpado pela extinção dessas línguas, o mundo deve se concentrar no que precisa ser feito para garantir a sua sobrevivência.” Ele diz que as escolas têm um papel importante a desempenha, porque podem “cumprir a missão vital de proteger as línguas da agressão externa e da degradação interna.”
Tijjani Muhammad-Bande terminou pedindo a todas as comunidades indígenas que lutem para preservar suas línguas. Segundo ele, “um povo que abandona sua língua renunciou, de forma consciente ou não, ao seu direito à identidade cultural.”
FONTE: ONU – Assuntos da ONU
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