Questionado sobre a Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 25 encerrada na manhã deste domingo, 15, em Madri, na Espanha, o presidente Jair Bolsonaro explicou por que não aceitou a realização do evento no Brasil. “Eu não aceitei, eu que decidi. Estariam fazendo um carnaval aqui no Brasil”, disse na saída do Palácio do Alvorada.

Bolsonaro criticou a cobrança internacional sobre a questão ambiental no Brasil. “Eu quero saber: alguma resolução para a Europa começar a ser reflorestada? Alguma decisão ou só ficam perturbando o Brasil? É um jogo comercial”, declarou.

O presidente falou, ainda, sobre a ativista Greta Thunberg, a quem chamou de “pirralha” nesta semana. A sueca foi escolhida personalidade do ano por revista internacional. “A Greta é dez. O que a Greta falar é lei”, ironizou e completou: “A imprensa gosta de dar espaço para quem crítica o Brasil. Falou mal do Brasil dá uma repercussão enorme aqui”, disse.

Acordo

A COP 25 terminou, após quase dois dias de atraso, sem alcançar seus objetivos. Representantes de cerca de 200 países concordaram de modo tímido a “refletir” em 2020 sobre como aumentar a ambição ”o máximo que puderem” em suas metas de redução de emissões, as chamadas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), e em financiamento climático.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que liderou a delegação brasileira, lamentou neste domingo a falta de acordo em torno da regulamentação do mercado global de créditos de carbono durante a COP-25. Em seu Twitter, o ministro afirmou que a “COP-25 não deu em nada” e prevaleceu o “protecionismo” de alguns países.

O Brasil, porém, foi acusado por vários países de ser quem estava fazendo exigências que não eram bem vistas. Salles passou a maior parte das duas semanas que esteve em Madri exigindo pagamento de países ricos por realizações passadas do Brasil, quando houve redução de emissões – mas sem ponderar que o cenário brasileiro atual é muito ruim. O governo brasileiro chegou a Madri com uma alta de 29,5% do desmatamento, a principal fonte de gases de efeito estufa do Brasil, e nenhum plano sobre como vai voltar a reduzir essa taxa. Também não apresentou nenhuma intenção de trazer metas mais ambiciosas de redução de suas emissões no ano que vem.

Emilly Behnke 

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