Os impactos ambientais causados com a implantação de grandes empreendimentos são diversos. Grandes projetos extrativistas, por exemplo, podem desencadear problemas graves de saúde nas populações dependentes de áreas da natureza.
E apesar da obrigatoriedade da realização de estudos de impacto ambiental no Brasil, alguns critérios ainda são imprecisos e/ou suficientes.
Assim, os autores Eduardo Stramandinoli Moreno, Joana Cabral Oliveira, Paloma Helena Fernandes Shimabukuro e Luciana Carvalho produziram o artigo “Licenciamento ambiental de grandes empreendimentos: quais os limites para avaliação de impactos diretos e indiretos em saúde? Estudo de caso na Terra Indígena Wajãpi, Amapá”, publicado no Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 13, n. 3, de setembro/dezembro de 2018, periódico associado da ABEC.
O estudo busca demonstrar como impactos ambientais em série causados pela implantação de usinas hidrelétricas e projetos de mineração industrial no Amapá incitou surtos de malária e de leishmaniose tegumentar americana na Terra Indígena Wajãpi e em outros assentamentos da região central do estado.
Para isso, utilizaram análises espaciais de desmatamento, curvas de variações climáticas e a cronologia dos empreendimentos, feitas entre 2003 e 2015.Verificaram, então, a correlação de efeitos na saúde das comunidades que não estavam incluídas durante as fases do licenciamento para implantação das indústrias.
Os resultados mostram uma correlação entre os surtos das doenças e os aumentos das taxas de desmatamento causado pela expansão de assentamentos rurais, intensificados com a chegada de duas usinas hidrelétricas e o aumento das atividades de mineração industrial de ouro e de ferro. As conclusões corroboram a fragilidade do processo de licenciamento ambiental na delimitação de áreas de influência direta.
O artigo completo pode ser lido em http://bit.ly/37SuiwW ou pelo DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222018000300003.
Tadeu Nunes (4toques comunicação)
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