Cultivos de banana, cupuaçu, cacau e coco, localizados na fronteira entre Brasil, Bolívia e Peru, foram inspecionados nos dias 28 e 31 de outubro, por uma equipe de pesquisadores, com o objetivo de verificar a ocorrência das pragas quarentenárias: mal-do-panamá, moníliase do cacaueiro e o amarelecimento letal do coqueiro.
“Foi um sucesso porque não encontramos nenhuma dessas doenças nos plantios que visitamos”, afirmou o pesquisador da Embrapa Acre, Amauri Siviero, que coordenou os trabalhos.
Para a pesquisadora Elisângela Fidelis, da Embrapa Cerrados, é alto o risco de entrada de pragas quarentenárias pela Amazônia devido, principalmente, a extensa faixa de fronteira. “Além disso, a agricultura na região tem crescido muito e são áreas em meio à floresta, fator que favorece a entrada de doenças nos plantios e pode afetar a exportação de produtos importantes para a economia nacional como uva, laranja e limão”, declarou.
As pragas que recebem a denominação de quarentenárias são aquelas de natureza vegetal e/ou animal que mesmo estando sob controle representam ameaça à economia agrícola do país ou de uma região importadora. Atualmente, a lista dessas pragas, editada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), possui 600 espécies ausentes e 12 espécies presentes. “Oito delas já foram registradas em Roraima”, conta Elisângela, que atuou na Embrapa Roraima.
Participaram ainda da ação os pesquisadores Daniel Augusto Schurt, da Embrapa Roraima (Boa Vista, RR), Luadir Gasparotto, da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus, AM) e Michel Dollet, do Centro Francês de Pesquisa Agrícola (Cirad). Também foram visitadas propriedades rurais de Xapuri, Rio Branco e do projeto Reca, em Nova Califórnia.
Segundo Siviero, as três espécies foco da inspeção realizada na tríplice fronteira estão entre as 20 principais pragas quarentenárias. “A doença do coqueiro está em ilhas próximas a Roraima, o mal-do-panamá – raça 4 – está na Colômbia e a monília em países vizinhos ao Brasil. Alertar técnicos, agricultores e estudantes é uma medida de controle importante e foi isso que fizemos durante as visitas”, disse. As medidas preventivas de defesa vegetal para evitar a chegada da monilíase às plantações brasileiras são realizadas por meio de projeto financiado pelo Mapa, executado pela Embrapa e Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf).
Seminários
Dois eventos com palestras sobre ameaças fitossanitárias para a Amazônia, mal-do-panamá, moníliase do cacaueiro e o amarelecimento letal do coqueiro foram realizados em Rio Branco e em Cobija, dirigidos a técnicos do Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria (SENASAG).
Em Rio Branco, o seminário sobre pragas quarentenárias de fruteiras na Amazônia reuniu representantes do Mapa e Idaf, além de profissionais e estudantes do doutorado em Produção Vegetal, no dia 1º de novembro.
Priscila Viudes (Mtb 030/MS)
Embrapa Acre
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