O estudo, desenvolvido deste 2017, indica que, possivelmente, os animais foram contaminados em decorrência de atividades de mineração ilegal que ocorrem na floresta amazônica, nos territórios do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.
Os pesquisadores identificaram a presença do metal líquido usado para separar o ouro de outras impurezas nos 46 botos acompanhados. Segundo Marcelo Oliveira, especialista em conservação do WWF-Brasil, dos animais em estudo, cinco são brasileiros da região do rio Tapajós e do Parque Nacional do Juruena, entre os estados de Mato Grosso e do Amazonas.
Marcelo acrescenta que a contaminação serve como alerta para a região, principalmente para as comunidades indígenas que dependem de peixes e podem estar ameaçadas.
O resultado do estudo levou os pesquisadores a buscarem parceria com a Fiocruz, a Fundação Oswaldo Cruz, para avaliação da saúde dos indígenas da região. Os cientistas pretendem seguir com o monitoramento dos botos em outras áreas para conhecer os possíveis impactos que esses animais sofrem por alterações no habitat, como com a construção de hidrelétricas.
Para acompanhar os botos, um pequeno transmissor de cerca de 145 gramas é implantado na barbatana do animal. O equipamento transmite informações por satélite durante cinco a oito meses, e depois se solta sozinho.
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso afirmou que não recebeu nenhuma denúncia sobre a contaminação dos botos. A Rádio Nacional tentou contato com o Ministério de Meio Ambiente, desde a semana passada, mas não obteve retorno.
Deográcia Pinto
FONTE: RADIOAGÊNCIA NACIONAL – EBC
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