Secretária Especial de Saúde Indígena, Sílvia Waiãpi, falou a senadores durante audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária.

Convocada para ouvir indígenas sobre as dificuldades de produzir em Terras Indígenas, a Audiência Pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária serviu para que representantes de etnias que já mantêm lavouras em suas terras explicassem os benefícios da produção agropecuária em seus territórios. Além disso, a secretária Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Sílvia Waiãpi, explicou como a produção de alimentos pode contribuir para melhorar a saúde de indígenas.

“Seja no combate à desnutrição, seja na capacidade de promover a autonomia dos povos indígenas, a produção agrícola e pecuária em terras indígenas será importante para melhorar a qualidade de vida de nossos povos”, explicou Sílvia. Ela ainda destacou que o desenvolvimento econômico precisa ser uma decisão de cada povo que não precisa mais ser massa de manobra de organizações. “O governo federal está proporcionando oportunidades para que nós, indígenas, possamos nos desenvolver, gerar impostos e gerar um futuro melhor para todos”.

O indígena Ronaldo Zokezomaiake, da etnia Pareci, que habita um território de 1,5 milhão de hectares no Mato Grosso, falou sobre a experiência dos Parecis na produção agrícola e mostrou que é possível manter a atividade e, ao mesmo tempo, a identidade cultural de seu povo. “Para nós, a atividade agrícola surgiu da necessidade de sobrevivência. Nosso povo sempre plantou e colheu. Plantávamos batata, milho fofo, algodão de caroço grande e cará. O que fizemos foi expandir e aprimorar nossos plantios, que hoje ocupam cerca de 2 mil hectares de nossa terra indígena”, esclareceu Ronaldo.

Desde os anos 90, os Parecis trabalham um projeto agrícola que foi desenvolvido com apoio de órgãos públicos que ajudaram a produzir um Plano de Gestão Territorial que aponta como deve ser a ocupação da terra em que vivem.

Por Nucom SESAI
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