Uma grande ação de desmantelamento do garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Yanomami chegou à etapa final na última quinta-feira (03). A Operação Walopali/Curare XI abordou mais de 30 focos de garimpo, realizou o flagrante de diversos ilícitos na TI e retirou centenas de invasores durante 12 dias de duração.

75 agentes de diversas instituições uniram forças contra garimpo e a favor da implantação da Bape do Rio Mucajaí. Fotografias: CGIIRC/Funai

Uma grande ação de desmantelamento do garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Yanomami chegou à etapa final na última quinta-feira (03). A Operação Walopali/Curare XI abordou mais de 30 focos de garimpo, realizou o flagrante de diversos ilícitos na TI e retirou centenas de invasores durante 12 dias de duração.

Walopali, que na língua yanomami-ninam significa “espírito da onça-pintada” e designa locais de força espiritual dos pajés, é também o nome da Base de Proteção Etnoambiental (BAPE) que a Funai está reativando no Rio Mucajaí, o que ocorre em consonância com a operação.

Um helicóptero foi apreendido, uma pista de pouso e dezenas de equipamentos foram destruídos.

Cerca de 75 agentes da Funai, Exército Brasileiro, Polícia Federal, Ibama, ICMBio, Divisão para Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério da Economia (Detrae), Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (FEMARH) e Polícia Civil de Roraima se dividiram em três frentes de atuação na região ocidental da TI e na Floresta Nacional de Roraima, ao longo das calhas dos rios Mucajaí e Couto Magalhães, um dos principais focos de garimpo ilegal de grandes proporções.

A infiltração se deu por meio de transporte aeromóvel, fluvial e terrestre. Foram utilizados um helicóptero, oito embarcações e nove viaturas.

A retirada dos invasores foi acompanhada da inutilização de dezenas de motores, bombas draga, geradores e equipamentos de sucção utilizados nos garimpos de barranco, chamados localmente de “tatuzão”. Um helicóptero foi apreendido e duas pistas de pouso ilegais de abastecimento ao garimpo foram destruídas. A apreensão e inutilização de maquinários ocorreu conforme a legislação vigente, para evitar o uso e aproveitamento indevidos.

Contexto      

Inutilização de equipamentos para evitar uso indevido

A TI Yanomami é a maior terra indígena do Brasil, com área de cerca de 9,6 milhões de hectares, onde habitam cerca de 26 mil indígenas dos Povos Yanomami e Ye’kuana. O território também contém a referência confirmada de um povo indígena isolado, além de seis outras referências em estudo.

Estima-se que cerca de 7 a 10 mil garimpeiros estejam invadindo a Terra Indígena, acarretando em enorme impacto socioambiental, incorrendo na expansão de doenças, violência, desmatamento, assoreamento dos rios e contaminação por mercúrio nas comunidades.

Conforme a Ação Civil Pública n.º 1000551-12.2017.4.01.4200, três Bases de Proteção Etnoambiental da Funai, estruturas que visam garantir a proteção dos povos indígenas isolados e de recente contato, devem ser reativadas na Terra Indígena Yanomami. Para tal, a Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) tem promovido articulação interinstitucional para deflagrar operações de combate ao garimpo, o que se faz necessário à implantação das bases.

Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato e Assessoria de Comunicação

FONTE: FUNAI