Ação conjunta flagrou garimpos na região e apreende até helicóptero; Ibama fala em ‘centenas’ de garimpeiros retirados.

Garimpo ilegal na região tem provocado grandes impactos socioambientais – Divulgação/Funai

Vários órgãos do governo federal fizeram ação de desmantelamento do garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima. A Operação Walopali/Curare XI identificou mais de 30 focos de garimpo na região. A ação chegou ao fim na quinta-feira (3), mas foi divulgada apenas nessa sexta-feira (4).

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) afirma que foram retirados centenas de invasores durante 12 dias da operação, mas o número certo de presos não foi divulgado. Parte das pessoas retiradas da terra indígena foi levada para prestar depoimento à Polícia Federal em Boa Vista. Algumas foram presas em flagrante.

Cerca de 75 agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Exército Brasileiro, Polícia Federal, Ibama, ICMBio, Divisão para Erradicação do Trabalho Escravo do Ministério da Economia (Detrae), Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh) e Polícia Civil de Roraima se dividiram em três frentes de atuação na região ocidental da TI e na Floresta Nacional de Roraima, ao longo das calhas dos rios Mucajaí e Couto Magalhães, um dos principais focos de garimpo ilegal de grandes proporções.

Operação foi divulgada pela Funai nessa sexta-feira(4)

Além da retirada dos garimpeiros, dezenas de motores foram destruídos, bem como bombas, geradores e equipamentos de sucção utilizados nos garimpos de barranco, chamados localmente de “tatuzão”. Um helicóptero foi apreendido e duas pistas de pouso ilegais de abastecimento ao garimpo foram destruídas.

Walopali, que dá nome à operação, significa “espírito da onça-pintada” na língua yanomami-ninam e designa locais de força espiritual dos pajés, é também o nome da Base de Proteção Etnoambiental (Bape) que a Funai está reativando no Rio Mucajaí. Em maio, a Funai anunciou a reabertura de três bases após determinação judicial.

A reabertura das bases foi feita após denúncias de lideranças indígenas, que falam que cerca de 20 mil garimpeiros tem invadido a TI e enorme impacto socioambiental, com aumento de doenças, violência, desmatamento, assoreamento dos rios e contaminação por mercúrio nas comunidades. A Funai estima que o número de garimpeiro esteja entre 7 e 10 mil.

A TI Yanomami é a maior terra indígena do Brasil, com área de cerca de 9,6 milhões de hectares, onde habitam cerca de 26 mil indígenas dos Povos Yanomami e Ye’kuana. O território também contém a referência confirmada de um povo indígena isolado, além de seis outras referências em estudo.

 

Fonte: Winicyus Gonçalves 

FONTE: Roraima em Tempo – https://roraimaemtempo.com/ultimas-noticias/operacao-conjunta-desmantela-focos-de-garimpo-ilegal-na-terra-indigena-yanomami,321645.jhtml