O Notícias Agrícolas conversou nesta quinta-feira (3) com Ronaldo Zokezomaiake – Presidente da Coopihanama, (cooperativa formada pelos indígenas em Campo Novo dos Parecis, em MT) sobre a suspensão do embargo à produção agrícola em seu território. A etnia Parecis possui uma enorme reserva no município de Campo Novo, com área de 1 milhão de hectares, mas estava proibida de plantar nessas terras apesar de já terem experiência e condições de produzir soja e milho.
Com envolvimento direto do presidente Jair Bolsonaro, o novo Governo conseguiu reverter uma determinação da Funai que proibia que indígenas utilizassem suas terras para a produção agrícola. Após um Termo de Ajustamento de Condutas (TAC) assinado pelos Parecis junto a três órgãos federais (Ministério Público Federal, Funai e o Ibama) os indígenas conseguiram suspender o embargo, possibilitando a atividade agrícola em 22 mil hectares, divididos em cinco glebas.
Segundo Ronaldo, os indígenas esperavam essa decisão para iniciar o plantio da safra 2019/2020. “Caso não houvesse estaria inviabilizando nossa safra e posteriormente a safrinha. Estamos bastante contentes e bastante ansiosos com essa medida que foi tomada por parte do governo, reconhecendo que eles entenderam que nós também fazemos parte do desenvolvimento econômico”, afirma.
Até esta quinta-feira os Parecis já tinham plantado cerca de 300 ha com soja, num total de 3,5 mil ha estimados para esta safra. Segundo ele, os custos elevados reduziram a área de soja pela metade. “Isso não dá segurança e nossas áreas ainda são fracas de nutrientes”, comenta. Além da soja a expectativa é que outras culturas como milho e feijão mungo sejam plantadas na região, totalizando 19 mil hectares.
Zokezomaiake afirma que, com as novas medidas, os índios precisarão estar mais atentos e trabalhar de forma cautelosa principalmente com as questões ambientais. “Cumprir com as regras do TAC e estar sempre atento com as demais medidas que foram colocadas através do poder pública”, diz.
Segundo ele, outra grande mudança na TAC é que a partir de agora os índios poderão comercializar diretamente com os agentes credenciados, que antes era feito através de terceiros, por exemplo. “Tendo caráter legal nós podemos fazer qualquer tipo de comercialização junto aos órgãos credenciados como bancos ou empresas que façam financiamentos diretos para os produtos”, afirma.
Por: Aleksander Horta e Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas
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