Índios, empresários do agronegócio, ambientalistas e cientistas se reuniram para debater economia, meio ambiente e direitos humanos, na Amazônia.

Enquanto a conferência de jovens acontecia na ONU, especialistas participavam de dois eventos paralelos organizados para falar especificamente sobre a Floresta Amazônica.

Índios, empresários do agronegócio, ambientalistas e cientistas, na mesma sala. Uma diversidade de pessoas digna de uma floresta para debater economia, meio ambiente e direitos humanos, na Amazônia.

“A conclusão me parece que não pode ter impunidade pelo que se faz de errado. Não só do ponto de vista ambiental, mas de grilagem de terra, essas coisas. Precisa de Justiça. E que, a Amazônia ela vale muito mais com a floresta em pé do que com a floresta derrubada”, disse Roberto Smeraldi, organizador do evento.

A crise das queimadas e do desmatamento chamou a atenção do mundo. Como será possível aliar atividade econômica com a proteção da floresta? O assessor especial do secretário-geral ONU para Desenvolvimento Sustentável, Jeffrey Sachs, diz que é preciso boa vontade.

“É como podemos chegar às soluções, com diálogo e negociando”, disse ele.

A conferência “Amazônia além da crise” propôs que a prevenção é a chave para evitar queimadas ainda piores em 2020. Índios e empresários acreditam que é possível estar do mesmo lado da mesa.

“Juntos estamos tentando planejar e fazer alianças. É importante ter diálogo com os povos indígenas, com as pessoas que querem ajudar”, disso o índio Maurício Tomé, diretor da associação Hutukara Yanomami.

“Para que haja agronegócio é necessário ter chuva. Para ter chuva precisa ter floresta. Para ter floresta precisa ter água. Então, um depende do outro. E o agromoderno, que é o que realmente produz no Brasil, não aquele que criminoso. Aquele não pode ser chamado de agro. O agromoderno entendeu isso e foi quem colocou o Brasil na liderança desse mercado”, disse Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio

A maior parte do mundo acompanha o que acontece na Amazônia como quem vê pela janela, mas a uma distância intransponível. Estes encontros em Nova York são uma oportunidade de se aproximar de quem conhece bem a região, por estudos, por experiência, e se preocupa com o que está acontecendo na floresta e com o futuro dela.

Na ONU, alguns dos mais importantes pesquisadores dos países da região amazônica se reuniram a portas fechadas. Eles decidiram criar o que chamam de Painel Científico pela Sobrevivência da Amazônia.

“A ideia é que esse painel de cientistas possa fazer algo parecido com o que é feito pelo painel de mudanças climáticas, o IPCC, que gera um relatório sobre o estado da questão climática no mundo, quais são as ameaças e aquilo que precisa ser feito para evitar as ameaças”, disse Tasso Azevedo, engenheiro florestal e coordenador Mapbiomas.

O pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP, Carlos Nobre, vai coordenar a implantação do painel. O primeiro relatório sobre a situação da Amazônia, com propostas dos cientistas, deve ser divulgado até o meio de 2020.

“É muito importante que os governos também ouçam essas mensagens. Então, o painel na sua elaboração, antes mesmo da sua publicação, todos os governos dos países amazônicos receberão o que o painel está elaborando e poderão comentar, poderão opinar, poderão sugerir”, disse ele.

Fonte: G1/ Jornal Nacional   

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