As taxas de desmatamento e queimadas na região mais biodiversa do planeta têm gerado intenso interesse nacional e internacional sobre as causas, consequências e possíveis saídas para a crise. Na manhã desta quinta-feira (05), pesquisadores da instituição oferecem uma atividade gratuita que inclui visita guiada e mesa redonda.
Assunto que ganhou repercussão internacional nas últimas semanas, as altas taxas de desmatamento e o aumento de focos de queimadas na maior floresta tropical do mundo estão na pauta da programação que pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi realizam em Belém, a partir das 9h desta quinta-feira (05), quando se celebra o Dia da Amazônia. Haverá visita guiada em exposição na Rocinha e mesa redonda gratuita no auditório do Parque Zoobotânico, conduzidas por especialistas das áreas de ciências Naturais e Humanas.
A ecóloga Ima Vieira, pesquisadora e ex-diretora do Museu Goeldi, em parceria com o zoólogo Horácio Higuchi, conduzem o público à mostra “Transformações: a Amazônia e o Antropoceno”, onde ambos curadores da mostra. A exposição em exibição no Pavilhão Domingos Soares Ferreira Penna, a Rocinha, apresenta dados sobre uma nova era geológica provocada pelas alterações do homem na superfície da Terra, tendo como exemplo a Amazônia. Inaugurada em dezembro de 2016, a exposição teve dados atualizados pela Coordenadoria de Museologia, que neste dia inicia a segunda fase do projeto.
A compreensão histórica deste processo fará parte da análise sobre a realidade atual da Amazônia, bioma que abrange nove países da América Latina e 59% do território brasileiro, onde foram registrados 30.901 focos de queimadas no mês de agosto de 2019, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Não se tinha números tão altos em um mês de agosto desde 2010, quando foram registrados 45.018 focos. No mesmo período de 2018, foram 10.421 focos.
Outro dado sugestivo é a coincidência entre as áreas onde foram localizados os focos de queimada e as áreas de desmatamento. Altamira (PA), por exemplo, é o município com maior área desmatada, com 828 Km², e é também onde mais se concentram os focos de queimada, com 2.259 deles. Convergem ainda em ambos os critérios as cidades de São Felix do Xingu (PA) – a segunda em área desmatada (584 Km²) e a terceira em focos de queimada (1.716) – e de Porto Velho (RO) – a quinta em área desmatada (492 Km²) e a segunda em focos de queimada (1.935). Mucajaí (RR) e Marcelândia (MT) são o terceiro e o quarto município com maior área desmatada, com 541 Km² e 520 Km², respectivamente. Lábrea (AM) e Novo Progresso (PA) estão em quarto e quinto lugar entre os que mais sofrem queimadas, com 1.512 e 1.338 focos, respectivamente.
Junto com Ima Viera, na mesa redonda “Amazônia em chamas. Quais consequências?”, estarão o linguista e antropólogo Denny Moore e a ecóloga Marlucia Martins. O debate se dará de 10h às 12h, no auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, também no Parque Zoobotânico. Com especialistas de densa trajetória científica em distintas áreas do conhecimento, é possível analisar a região de modo mais amplo, tanto no que se refere às suas riquezas biológicas quanto culturais, que coexistem de modo refinado, oferecem serviços indispensáveis à sobrevivência humana e estão sofrendo impactos profundos com o avanço das queimadas. É a partir desta perspectiva que a programação se propõe a indicar análises científicas para uma preocupação que ultrapassa as fronteiras geográficas.
FONTE: Agência Museu Goeldi – Notícias
Serviço | Programação do Dia da Amazônia
Dia: 05 de setembro
Exposição: “Transformações: a Amazônia e o Antropoceno” – às 9h – Rocinha
Mesa redonda: “Amazônia em chamas. Quais consequências?” – às 10h – Auditório Alexandre Rodrigues
Endereço: Parque Zoobotânico – Av. Magalhães Barata, 376, São Braz, Belém, Pará.
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