Acidente passa a ser principal hipótese investigativa do Ministério Público Federal (MPF), após exame necroscópico revelar que a causa da morte de Emyra Waijãpi foi afogamento.

Arte: Secom PGR

O laudo pericial foi protocolado nesta quinta-feira (15), na sede da Polícia Federal, em Macapá (AP). Após o protocolo do documento, o médico legista responsável pelo exame reuniu-se com representantes dos órgãos para apresentar as conclusões da perícia. As investigações, incluindo a apuração da entrada de não-índios na Terra Indígena, prosseguem.

Na reunião, o médico legista da Polícia Técnico-Científica explicou detalhadamente o laudo produzido. Segundo relatou a perícia, embora tenham sido verificadas lesões superficiais na região da cabeça, a ausência de hemorragia ou traumatismo craniano apontam que os ferimentos não seriam capazes de provocar a morte. As lesões são compatíveis com impacto provocado por queda.

O documento descarta a hipótese investigativa inicialmente apresentada: corpo não apresentava traumas de qualquer natureza na região dorsal e na genitália. No pescoço, não havia sinais indicativos de asfixia, tampouco de lesões oculares. A perícia afastou a possibilidade de a morte ter sido provocada por faca ou arma de fogo. O laudo integra o procedimento aberto em 27 de julho para apurar a morte do indígena.

A investigação, que apura também a denúncia de invasão e de garimpo ilegal na área, continua em andamento. Diligências terrestres e aéreas realizadas pela PF com apoio da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública do Amapá não detectaram indícios da ocorrência dos crimes. O MPF aguarda a conclusão do relatório técnico pela autoridade policial. Desde o recebimento das notícias, os órgãos atuam em conjunto para preservar a integridade dos povos indígenas e esclarecer os fatos.

Reunião de caciques – Nesta sexta-feira (16), o procurador da República Alexandre Guimarães, que atua na esfera cível, participa da reunião de caciques na TI. No evento anual, convocado pelo Conselho das Aldeias Wajãpi – Apina, serão tratados assuntos de interesse do povo indígena. Na ocasião, também estarão presentes membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal no Amapá

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