Por mais de 1600 Km transcorridos por via fluvial, uma equipe coordenada pela Funai e integrada pelo Ibama e Batalhão de Policiamento Ambiental apreendeu diversos ilícitos envolvendo pescados e materiais ilegais no percurso dos rios Purus, Cuniuá e Tapauá, no Amazonas.

Foram apreendidos mais de 200 quelônios de várias espécies. Foto: Arquivo Funai

A atividade, que teve início no dia 10 de agosto e ainda está em curso, já apreendeu 400kg de pirarucu seco, mais de 200 quelônios de várias espécies (tartarugas, iaçás, tracajás e pitiús), dois mil ovos de tartaruga e diversos materiais de pesca ilegal; dentre eles, cerca de 300 metros de rede proibida, tapa-sacos, malhões e arrastões.

A ação faz parte de um plano de trabalho estruturado pela Coordenação Regional (CR) Médio Purus e dividido em três grandes atividades que visam coibir ameaças ambientais e territoriais configuradas pela prática de ilícitos comuns nas terras indígenas da região, não só caça e pesca ilegal, mas também desmatamento por corte seletivo e extrativismo vegetal.

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Agente do Batalhão Ambiental confere ovos de tartaruga apreendidos. Foto: Arquivo Funai

Desde o dia 5 de julho, início da primeira atividade, mais de uma dezena de Terras Indígenas foram fiscalizadas nos municípios de Tapauá, Lábrea e Pauini-AM, tendo sido protegidas áreas habitadas pelos povos Apurinã, Paumari, Deni, Jarawaea, Jamamadi, Camadeni e Banawá. Além de animais capturados ilegalmente durante as atividades, também foram apreendidas toras de madeira de uma serraria ilegal no município de Pauiní.

Para Luiz Fernandes, coordenador regional do Médio Purus, atividades como essa são primordiais não só para combater ações ilícitas, mas também para evitar que elas ocorram. “Essa operação é mais uma das ações corriqueiras que fazemos de proteção territorial. Por meio delas, nós marcamos a presença do Estado junto às Terras Indígenas, o que inibe e dispersa invasores”, afirma o coordenador.

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A atuação interinstitucional é imprescindível para que as ações aconteçam. Foto: Arquivo Funai

Operações interinstitucionais são fundamentais para que o Estado consiga cumprir seu papel, já que o limite de ação de um órgão pode ser suprido pela atribuição de outro. No caso dessas atividades comandadas pela CR Médio Purus, a ação do Ibama foi fundamental para as autuações. O acompanhamento do Batalhão de Polícia Ambiental se fez imprescindível na proteção dos servidores e auxílio nas abordagens.

Tanto a serraria quanto os portadores ilegais de material proibido e animais selvagens foram multados e os ilícitos apreendidos.

Kézia Abiorana

Assessoria de Comunicação/Funai