O livro “Museu Goeldi: 150 anos de ciência na Amazônia” é uma obra fundamental para compreender os avanços do conhecimento sobre a região mais biodiversa do planeta, assim como os intensos processos de transformação que impõem severos riscos a Amazônia e colocam o mundo em alerta. O lançamento será nesta sexta-feira (30), na Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, em Belém (PA).
Poucas vezes se falou tanto em Amazônia como nas últimas semanas. O aumento dos focos de incêndio e de queimadas na maior floresta tropical do planeta fez vários países manifestarem preocupação e o assunto virou notícia internacional. Compartilhada por nove países sul-americanos e nove estados brasileiros, a região impõe desafios à altura da sua dimensão, que ocupa cerca de 60% do território nacional. Há quase 153 anos, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) se dedica a missão de compreender a complexidade do bioma amazônico, preservando coleções científicas, formando especialistas, comunicando conhecimento e gerando subsídios para a construção de um desenvolvimento mais sustentável e de uma sociedade mais justa para seus povos.
Nesta sexta-feira (30), às 17h, na 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, será o lançamento do livro Museu Goeldi: 150 anos de ciência na Amazônia, organizado pelas pesquisadoras Ana Vilacy Galúcio e Ana Lúcia Prudente. São 12 capítulos de uma coletânea imprescindível para entender o desenvolvimento do conhecimento na e sobre a Amazônia ao longo de um século e meio, sem perder de vista as transformações que fazem da região uma das mais impactadas do planeta, o que ameaça uma sociobiodiversidade de valor inestimável.
“Com uma longa experiência em pesquisas sobre a biodiversidade, a diversidade sociocultural e os processos em curso na região, o Museu Goeldi hoje tem uma situação privilegiada para desenvolver inovações com potencial de contribuir para um desenvolvimento regional com maior respeito à diversidade e maior qualidade de vida para todos os seres viventes nesta região tão especial. Passados 150 anos, a jornada para mais uma vez ampliar o escopo de atuação da instituição está apenas começando”, destaca a diretora do Museu Goeldi, Ana Luisa Albernaz.
Conhecimento da biodiversidade – O livro reúne trabalhos que foram apresentados durante o III Simpósio da Biota Amazônica, evento realizado em 2016, ano do sesquicentenário do Museu Goeldi. O simpósio teve o objetivo de realizar um balanço dos avanços do conhecimento sobre a Amazônia, destacando-se a compreensão que o mundo possui atualmente sobre a região e a relevância desse saber junto aos esforços de mitigação dos efeitos das mudanças globais.
“Os artigos demostram que houve um avanço considerável no conhecimento da biodiversidade nos últimos 150 anos, mas também evidenciam que a Amazônia vem sofrendo um intenso processo de transformação em seus diversos aspectos, indicando como o antropismo influenciou na resposta de plantas e animais às mudanças ambientais. Os textos trazem também reflexões sobre as transformações ocorridas nos últimos 50 anos com relação às populações amazônicas, questões envolvendo povos indígenas e demais povos tradicionais, suas culturas e seus territórios, com ênfase nos processos de constituição dos territórios tradicionais na Amazônia e no papel desses territórios no que se refere à proteção e à conservação dos ecossistemas”, explica a pesquisadora e ex-coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação do MPEG, Ana Vilacy Galúcio.
Além de pesquisadores do Museu Emílio Goeldi, cientistas de 14 instituições e organizações nacionais e internacionais assinam artigos: Organização das Nações Unidas (ONU), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Museu da Amazônia (MUSA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Arizona State University (ASU), Manchester Metropolitan University (MMU) e Wildlife Conservation Society (WSC).
Biota da Amazônia – Ao longo de 153 anos, o Museu Goeldi realizou três edições do Simpósio Biota da Amazônia, evento que busca reorientar os esforços da pesquisa, frente a novos cenários e questionamentos apontados para a ciência e para o compartilhamento dessa produção de conhecimento sobre a Amazônia. A primeira edição foi em 1966, ano do centenário da instituição, tornando-se o primeiro grande evento científico nacional a olhar para a região amazônica.
Refletindo sobre a história da Amazônia e suas transformações entre os anos de 1966 e 2006, o II Simpósio Biota da Amazônia foi realizado durante as comemorações dos 140 anos do Museu Goeldi, em 2006. Dez anos depois, com o tema “Museu Goeldi: 150 anos descobrindo a Amazônia”, foi realizada a terceira edição do simpósio, destacando os grandes marcos do avanço do conhecimento na e sobre a região, a partir de uma perspectiva múltipla e interdisciplinar.
Texto: Phillippe Sendas e Erika Morhy.
FONTE: Agência Museu Goeldi – Notícias
Serviço | Museu Goeldi na 23° Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes
Lançamento do livro:
– Museu Goeldi: 150 anos de ciência na Amazônia – Ana Vilacy Galúcio e Ana Lúcia Prudente (organizadoras).
Dia: 30/08/2019
Hora: 17h
Local: Estande do Museu Goeldi, Setor das Editoras Universitárias, Hangar Centro de Convenções (Av. Doutor Freitas, s/n – Marco, Belém – PA).
A obra estará disponível nas versões impressa e digital.
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