O fim de semana foi de tensão no município de Pedra Branca do Amapari, a 200 quilômetros da capital do Amapá, Macapá. Indígenas da etnia Wajãpi denunciaram que um grupo de garimpeiros armados invadiu o território do grupo e estava acampado perto de uma das aldeias.
O coordenador indígena Kurani Waiãpi fez um relato em vídeo postado pela prefeita do município, Beth Pelaes.
De acordo com nota divulgada pelo Conselho das Aldeias Wajãpi, o cacique Emyra foi assassinado no território no início da semana. O grupo diz que foram encontrados indícios de que o líder foi morto por alguém de fora da comunidade.
Na sexta, um grupo armado foi localizado e chegou a entrar em uma das aldeias, segundo o conselho. No sábado, os indígenas começaram uma mobilização para acionar as autoridades. E, neste domingo (28), a Polícia Federal e a Polícia Militar chegaram ao local, que é de difícil acesso. A terra dos Wajãpi está isolada pelos policiais, segundo o vice-prefeito de Pedra Branca, conhecido como Paraíba.
O Ministério Público Federal no Amapá abriu dois procedimentos investigativos sobre o caso. Um deles é criminal, a respeito da morte do cacique, e o outro é para averiguar as denúncias sobre a invasão do território. O procurador plantonista Rodolfo Lopes afirma que ainda não existem detalhes sobre o que aconteceu.
O fato causou grande repercussão nas redes sociais e entre instituições e políticos que trabalham com direitos indígenas. A Ordem dos Advogados do Brasil divulgou nota exigindo providências.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, afirmou esperar que os órgãos e autoridades públicas tomem medidas urgentes para identificar e punir os responsáveis pelo ataque aos Wajãpi, e disse esperar, ainda, que o governo federal adote ações efetivas no combate à invasão de terras indígenas.
Sumaia Villela
FONTE: EBC / RADIOAGÊNCIA NACIONAL
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