O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e instituições parceiras anunciaram em junho os ganhadores do décimo Prêmio Equatorial, que reconheceu 22 comunidades locais e indígenas por suas estratégias para enfrentar as mudanças climáticas. Entre os vencedores, estão a Associação Indígena Kisêdjê, de Mato Grosso, e o Conselho Indígena de Roraima.

Colheita de pequi na Aldeia Ngôjwêrê dos Kisêdjê, na Terra Indígena Wawi. Foto: Associação Indígena Kisêdjê

“Todos os dias, milhares de comunidades locais e populações indígenas em todo o mundo estão implementando, discretamente, soluções inovadoras baseadas na natureza, a fim de mitigar a mudança global do clima e adaptar-se a ela. O Prêmio Equatorial é tanto um reconhecimento de ideias excepcionais quanto uma forma de demonstrar o poder das pessoas e das comunidades de base em gerar uma mudança real”, afirma o chefe do PNUD, Achim Steiner.

A Associação Indígena Kisêdjê foi premiada por conseguir recuperar suas terras tradicionais e desenvolver um modelo empreendedor que usa as árvores de pequi nativas para revitalizar a paisagem. Com isso, a instituição consegue garantir a alimentação do seu povo e desenvolver produtos para mercados locais e nacionais.

O Conselho Indígena de Roraima é uma aliança que promove a resiliência ecológica e social por meio da conservação de culturas agrícolas tradicionais. As atividades do organismo garantem os direitos dos povos indígenas em 1,7 milhão de hectares de terras tradicionais, para 55 mil integrantes dos povos originários.

Os outros vencedores do Prêmio Equatorial estão em Benim, Camarões, Equador, Índia, Indonésia, Quênia, Micronésia, Nigéria, Paquistão, Peru, Tanzânia e Vanuatu. Também foram reconhecidos, pela primeira vez, grupos da Guiné-Bissau e comunidades indígenas da Austrália e dos Estado Unidos.

Em 2019, o Prêmio Equatorial recebeu 847 inscrições, de mais de 127 países. As candidaturas foram avaliadas por um Comitê Consultivo Técnico de especialistas internacionais. O processo de seleção, com quatro estágios, enfatizou abordagens comunitárias que oferecem um modelo de soluções replicáveis, capazes de promover resiliência ambiental e social por meio do empreendedorismo ou da conservação da culturas agrícolas tradicionais.

Os ganhadores receberão 10 mil dólares e terão a oportunidade de participar, durante uma semana, de uma cúpula da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. Os vencedores também participarão da cerimônia de premiação em 24 de setembro próximo, no teatro Town Hall, em Manhattan, com a presença de celebridades, representantes de governos, oficiais da ONU e sociedade civil. Os grupos reconhecidos farão parte de uma rede de 223 comunidades de 78 países que receberam o prêmio desde a sua criação, em 2002.

O Prêmio Equatorial é apoiado por uma extensa lista de autoridades, ativistas e celebridades: os ex-chefes de Estado Gro Harlem Brundtland, da Noruega, e Oscar Arias, da Costa Rica; os ganhadores do prêmio Nobel Al Gore e Elinor Ostrom; a primatologista e conservacionista Jane Gooddall; o economista Jeffrey Sachs; a líder indígena Vicky Tauli-Corpuz; os filantropos Richard Branson e Ted Turner; os atores Edward Norton e Alec Baldwin;. e a modelo brasileira Gisele Bündchen.

Entre os parceiros da Iniciativa Equatorial, estão os governos da Alemanha, Suécia e Noruega, assim como a Conservação Internacional, a Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas, a EcoAgriculture Partners, a Universidade Fordham, a União Internacional para a Conservação da Natureza, a Nature Conservancy, a PCI Media Impact, a Rainforest Foundation Norway, a Rare, a ONU Meio Ambiente, o PNUD, a Fundação das Nações Unidas, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a WWF e a Wildlife Conservation Society.

FONTE: ONU – Notícias do Brasil, Desenvolvimento Sustentável   

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